Hiroshima (Japão) – Em discurso no G7, neste sábado (20), em Hiroshima, no Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou os países ricos e blocos antagônicos, assim como defendeu uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.
Lula iniciou agradecendo ao primeiro-ministro Kishida pelo convite e citou que é a 7ª vez em que é convidado à reunião.
Crítica aos países ricos
O presidente criticou o protecionismo dos países ricos e afirmou que existe um “enfraquecimento do sistema multilateral de comércio”.
“O mundo hoje vive a sobreposição de múltiplas crises: pandemia da Covid-19, mudança do clima, tensões geopolíticas, uma guerra no coração da Europa, pressões sobre a segurança alimentar e energética e ameaças à democracia. Para enfrentar essas ameaças é preciso que haja mudança de mentalidade. É preciso derrubar mitos e abandonar paradigmas que ruíram”.
O petista completou sugerindo que o sistema financeiro global tem que estar a serviço da produção, do trabalho e do emprego, para ter um crescimento sustentável “em prol da economia real”.
“O endividamento externo de muitos países, que vitimou o Brasil no passado e hoje assola a Argentina, é causa de desigualdade gritante e crescente, e requer do Fundo Monetário Internacional um tratamento que considere as consequências sociais das políticas de ajuste”, diz em outro trecho.
Blocos antagônicos
Para Lula, nenhum país poderá enfrentar isoladamente as “ameaças sistêmicas da atualidade”. A solução “não está na formação de blocos antagônicos ou respostas que contemplem apenas um número pequeno de países”.
“Isso será particularmente importante neste contexto de transição para uma ordem multipolar, que exigirá mudanças profundas nas instituições”.
Reforma no Conselho de Segurança da ONU
Ao finalizar, o presidente defendeu uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.
“Coalizões não são um fim em si, e servem para alavancar iniciativas em espaços plurais como o sistema ONU e suas organizações parceiras. Sem reforma de seu Conselho de Segurança, com a inclusão de novos membros permanentes, a ONU não vai recuperar a eficácia, autoridade política e moral para lidar com os conflitos e dilemas do século XXI”.
*Com informações da IstoÉ
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