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Moro pede investigação sobre vídeo no qual sugere que Gilmar vende habeas corpus

Moro afirmou que respeita a decisão do TSE, mas que lamenta o ocorrido

O juiz da 13ª Vara Federal do TRF da 4ª Região, Sérgio Moro participa de audiência pública na Comissão Especial do Novo Código de Processo Penal (PL 8.045/10).

Em contestação à acusação de ter caluniado o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, o senador Sergio Moro pediu que a Polícia Federal investigue os responsáveis por três perfis no Twitter que divulgaram o vídeo em que o parlamentar afirma: “Isso é fiança para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”.

Ex-juiz da Operação Lava Jato, Moro sustenta tais perfis seriam responsáveis pela ‘malversação de fatos’ que chegaram ao decano da Corte máxima. Gilmar é crítico dos métodos da antiga força-tarefa. Inclusive citou a atuação de Moro nesta quarta-feira, 24, ao mencionar o julgamento sobre a figura do juiz de garantias.

O pedido foi endereçado à ministra Cármen Lúcia, relatora da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Moro em abril. No documento, o senador reitera que nunca acusou o decano de crimes.

A defesa de Moro já havia apresentado contra-argumentos à acusação da PGR, sustentando que houve ‘edição mentirosa e criminosa’ das afirmações do senador na gravação, ‘para atingir a sua honra e credibilidade’.

Os advogados do senador reiteram a alegação e dizem que ela é comprovada pelo fato de os três perfis que compartilharam o vídeo terem ‘inclinação política diversa’ de Moro.

“O acusado (Moro) em nenhum momento imputou conduta criminosa sabidamente falsa ao ministro Gilmar Mendes. A gravação não foi realizada por Sergio Moro, nem a pedido deste. Não foi o acusado que gravou o vídeo, tampouco editou, criou, modificou, divulgou ou propagou a versão falaciosa e descontextualizada das afirmações que chegaram ao conhecimento de Sua Excelência, o Ministro Gilmar Mendes”, sustentou o advogado Luís Felipe Cunha ao Supremo.

A denúncia contra Moro foi oferecida ao STF pela vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo. No documento, ela narra que o senador ‘com livre vontade e consciência, caluniou’ o ministro Gilmar Mendes ‘imputando-lhe falsamente’ o crime de corrupção passiva.

A acusação tem como base o vídeo de oito segundos que viralizou nas redes sociais. A gravação foi feita durante uma festa junina. Inicialmente foi compartilhado um trecho editado da mesma. Depois, foi publicado um vídeo em que a mulher de Moro, a deputada Rosângela Moro também aparece. Eles participavam da brincadeira de ‘cadeia’, quando Moro fez a declaração que motivou a denúncia.

“Ao atribuir falsamente a prática do crime de corrupção passiva ao Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, o denunciando Sergio Moro agiu com a nítida intenção de macular a imagem e a honra objetiva do ofendido, tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta Corte do País”, sustentou a PGR.

*Com informações da IstoÉ

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