Depois dos relatos de vários barcos que afundaram, ao longo desta semana, nas águas entre o Noroeste africano e as Ilhas Canárias, foram resgatados pelo menos 227 imigrantes na quinta-feira. Segundo a Guarda Costeira espanhola, 46 homens, sete mulheres e um menor foram resgatados a leste da Costa Teguise, perto das Canárias. Mais tarde, no mesmo dia, as autoridades recolheram 61 pessoas, que transferiram para Arguineguín, um porto nas Ilhas Canárias localizado na costa marroquina.
As autoridades espanholas confirmaram ter salvado um total de 227 pessoas que viajavam em botes infláveis perto das ilhas Lanzarote e Gran Canaria, no Atlântico.
Na quarta-feira, a Guarda Costeira confirmou que estavam desaparecidas mais de 30 pessoas, que estavam em embarcação que virou, depois de ter partido do Cabo Bojador com cerca de 60 pessoas a bordo, e que foi localizada a 150 quilômetros a sul das Canárias. O Centro de Coordenação de Salvamento de Rabat, no Marrocos, informou aos serviços de resgate marítimo espanhóis que o barco patrulha Al Mansour resgatou com vida 24 ocupantes dessa embarcação inflável, parte deles na água.
O helicóptero espanhol Helimer 201, que saiu das Ilhas Canárias, recuperou o corpo de um menor, que será transferido para a ilha de Gran Canaria.
ONGs alertam
Os naufrágios dessas embarcações são cada vez mais recorrentes, considerando o aumento de migrantes que tentam chegar à Europa pelo mar, nos últimos anos, principalmente procedentes do continente africano, do Oriente Médio e do Sul da Ásia.
O Alarm Phone, um grupo ativista com integrantes na Europa e no Norte da África, confirmou na quarta-feira que, ao menos, 35 pessoas daquele barco ainda estavam desaparecidas no mar e criticou as autoridades por não atuarem mais rápido.
“Soubemos que cerca de 59 pessoas naufragaram, apenas 24 foram resgatadas pela Marinha marroquina, pelo menos 35 ainda estão desaparecidas. Por que ninguém interveio antes?”,
escreveu a organização no Twitter.
Já Helena Maleno, do Caminando Fronteras, disse que 39 pessoas morreram no incidente, incluindo quatro mulheres e um bebê.
De acordo com à agência norte-americana de notícias Associated Press, depois do pedido de socorro de um bote, um oficial espanhol informou que um avião foi enviado para verificar a situação. Disse às autoridades que ele não apresentava sinais de estar com problemas. Contudo, a mesma embarcação acabou por naufragar posteriormente, e um navio mercante marroquino resgatou 24 pessoas que estavam a bordo.
Angel Victor Torres, governador da região das Ilhas Canárias, qualificou o incidente como “tragédia” e pediu à União Europeia que estabeleça política migratória que “ofereça respostas coordenadas e solidárias” à questão da migração
Nas últimas semanas tem aumentado o número de embarcações precárias com migrantes a bordo ao largo das Canárias, que as autoridades atribuem às “boas condições climáticas no mar”.
Segundo o Ministério espanhol do Interior, entre janeiro e o dia 15 de junho chegaram às Canárias 5.914 imigrantes.
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