São Paulo (SP) — A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (30) uma nova redução no preço médio da gasolina para as distribuidoras. O comunicado vem um dia após a volta da cobrança integral de impostos federais sobre o combustível.
Para analistas e representantes do setor, o corte busca atenuar o impacto da reoneração. Segundo a estatal, o preço da gasolina será reduzido em R$ 0,14 por litro nas refinarias a partir deste sábado (1°).
Isso representa uma baixa de 5,3%. O valor da gasolina A será de R$ 2,52 por litro.
A Petrobras também anunciou nesta sexta uma redução no preço médio do GLP, o gás de cozinha, para as distribuidoras. O corte será de R$ 0,10 por quilo (3,9% a menos) a partir deste sábado.
Assim, o valor passará de R$ 2,5356 para R$ 2,4356, o equivalente a R$ 31,66 por botijão de 13 quilos.
No caso da gasolina, o novo corte se soma a uma redução que havia sido anunciada pela estatal em 15 de junho. Na ocasião, a baixa foi de R$ 0,13.
Nesta quinta (29), as antigas taxações de PIS/Cofins e Cide voltaram a valer sobre a gasolina, o etanol e o querosene de aviação, de acordo com a Receita Federal.
Os impostos haviam sido zerados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perto das eleições de 2022 e foram parcialmente reintroduzidos pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em março.
O retorno integral era aguardado após a mudança na política de preços da Petrobras, que abandonou o preço de paridade de importação (PPI) em maio.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) estimou que a reoneração nesta semana poderia aumentar o custo de aquisição para os postos em R$ 0,33 por litro para a gasolina e R$ 0,22 por litro para o etanol hidratado.
Após o anúncio do corte nas refinarias, as ações da Petrobras, que já haviam começado o dia em queda, aprofundaram as perdas nesta sexta. Às 13h10, as ações ordinárias da petroleira caíam 3,55%, e as preferenciais, 4,02%.
“A redução [nas refinarias] é uma forma de compensar, ainda que parcialmente, o aumento em função dos tributos federais”, afirma Sergio Araújo, presidente executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
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Como a gasolina comercializada nos postos leva 27% de etanol anidro, a parcela cobrada pela Petrobras por litro deve ficar em R$ 1,84 após o corte, afirmou a estatal.
O impacto final para os consumidores, porém, depende de políticas comerciais de distribuidoras e postos.
A média de preço final da gasolina nos postos, considerando dados de todo o Brasil, ficou em R$ 5,35 por litro na semana passada, segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
O valor final cobrado aos consumidores é maior porque inclui impostos, custos de transporte e margem de lucro das distribuidoras e dos pontos de venda.
“A redução do preço da Petrobras tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino em equilíbrio com os mercados nacional e internacional”
, declarou a estatal em nota nesta sexta.
Segundo a Abicom, o preço médio da gasolina praticado pela companhia estava em média R$ 0,34 abaixo da paridade internacional na abertura do mercado. Assim, o cenário abriria espaço para um aumento, e não para um corte.
A Petrobras, contudo, abandonou esse conceito em sua nova política de preços e vem praticando valores abaixo da paridade desde então.
Amance Boutin, especialista em combustíveis da Argus, disse em relatório que o anúncio de redução da gasolina pela estatal era esperado em meio à retomada dos impostos federais.
A Receita Federal estima que o impacto na arrecadação a partir da reoneração da gasolina, do etanol e do querosene de aviação será de R$ 14,8 bilhões, considerando o período entre 29 de junho a 31 de dezembro de 2023.
*Com informações da Folha de S.Paulo
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