O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump deve comparecer até a sexta-feira (25) à cadeia de Fulton County, na Geórgia, onde a segurança já foi reforçada para recebê-lo. Trata-se de uma ordem da promotora Fani Willis, que acusa Trump e outros dezoito aliados de tentarem reverter o resultado da eleição presidencial de 2020 na Geórgia, estado tradicionalmente republicano onde Joe Biden conseguiu a maioria dos votos.
Ao ser fichado nos outros três processos criminais contra ele, Trump, por ser ex-presidente, foi dispensado de algumas exigências normalmente feitas, como a famosa “mug shot”, a foto de quem é acusado para registro no sistema. Desta vez, porém, isso pode não acontecer.
O xerife responsável pela cadeia, Patrick Labat, disse a repórteres que a não ser que ordenem o contrário, o procedimento padrão será seguido sem exceções nem mesmo para a foto. Os outros dezoito acusados também devem se apresentar na mesma cadeia e passar pelo mesmo processo.
Apesar dos problemas na Justiça, Trump continua o favorito entre os republicanos para disputar as eleições do ano que vem contra Joe Biden: tem 57% das intenções de voto dentro do partido, contra apenas 17% do segundo colocado, o governador da Flórida, Ron DeSantis.
O ex-presidente já afirmou que pretende continuar fazendo campanha mesmo se for condenado, mas o caso da Geórgia pode dificultar esse plano.
Por se tratar de um caso na Justiça estadual, mesmo se for eleito presidente novamente, Trump não terá a influência para se livrar das acusações. Além disso, uma especificidade da lei da Geórgia não permite que o governador perdoe crimes – por isso, se for condenado, Trump não pode contar com o perdão do governador.
A constituição americana traz apenas três exigências para que alguém tente se tornar presidente: morar nos Estados Unidos há pelo menos 14 anos, ter nascido no país e pelo menos 35 anos de idade.
Tecnicamente, não há menções sobre o que acontece no caso de alguém ser acusado ou mesmo condenado, e por isso especialistas dizem que as eleições do ano que vem podem caminhar para um território desconhecido.
A promotora Fani Willis espera que Trump seja julgado no caso da Geórgia em março, às vésperas da Super Terça, dia em que diversos estados têm prévias eleitoras, as votações dentro dos partidos.
A equipe de advogados do ex-presidente tenta mover o caso para um tribunal federal ou ao menos atrasar ao máximo a data do julgamento, buscando o menor prejuízo possível para suas ambições presidenciais.
*Com informações da CNN Brasil
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