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Decisão

Servidores da Receita Federal sinalizam aderir à greve no Amazonas

Greve ocorre também em outros estados brasileiros

Reprodução: Luana Góes

Manaus (AM) – Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira (31), na sede do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), os representantes dos servidores públicos da Receita Federal no Amazonas informaram que foi realizada uma reunião com representantes empresariais de Manaus, e a partir de segunda-feira (4), haverá um movimento grevista no órgão.

O auditor fiscal da Receita Federal, Carlos Valter, explicou o que motivou a paralisação das atividades, que afeta não só a instituição, mas a indústria local.

“Estamos exigindo o cumprimento de um acordo feito em 2016, formalizado pelo governo federal em 2017. Para que esse acordo fosse feito, nós abrimos mão de alguns ajustes salariais para aderir o acordo, e desde 2017, o governo federal vem postergando a solução do nosso problema. Em junho deste ano foi regulamentado o nosso acordo, pensamos que estivesse tudo resolvido, e agora nós temos um problema orçamentário”, pontuou.

Carlos Valter acrescentou que a medida é necessária devido ao acordo que já tinha sido feito e que não é uma ‘punição’ à população.

“Nosso acordo não envolve acréscimo de despesa para o governo federal, é apenas uma alocação de recursos, nós estamos sensíveis ao momento da sociedade, sensíveis ao momento orçamentário, é apenas uma alocação conforme o combinado dos recursos para a nossa remuneração”, afirmou o auditor fiscal.

A greve acontece em outros estados brasileiros, não sendo uma exclusividade do Amazonas, mas, por causa do funcionamento da Zona Franca de Manaus (ZFM), a indústria será afetada de maneira geral.

“O movimento já faz efeito em vários lugares do Brasil, ele é nacional. Temos uma sensibilidade maior, porque temos o modelo Zona Franca de Manaus. Como Manaus é uma localidade especificamente sensível aos movimentos grevistas de operação padrão da Receita Federal, é bem provável que a partir do momento em que a mobilização seja acirrada, ocorra um sentimento mais forte e mais relevante da greve por conta do modelo da ZFM ser muito dependente do nosso trabalho”, declarou o profissional da Receita.

Para chegar ao governo federal, a estratégia utilizada pelos servidores é contactar entidades representativas e aguardar que políticos apoiem o movimento dos trabalhadores.

“Nós procuramos as entidades representativas para que elas busquem o contato com a bancada do Amazonas, tanto na Câmara, quanto no Senado, para sensibilizar o governo federal. A gente conta com a influência dos políticos do Amazonas”, reiterou Valter.

A respeito da decisão tomada pelo governo, Marcos Medeiros, presidente do Sindifisco Nacional, explicou o funcionamento de recursos voltados à Receita.

“Existe um fundo, o Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf), ele é segmentado de algumas formas, uma das formas dava para cobrir o acordo junto com as classes da Receita Federal; dentro desse fundo, ele foi realocado e tirado do que havia sido contratado. Nós tomamos conhecimento apenas na semana passada. A partir do momento em que o governo não cumpre o arcabouço fiscal, ele transforma um modelo que ele está buscando – de deficit zero -, num modelo que vai gerar deficit para o governo, o que terá impacto na taxa de juros”, finalizou Medeiros

Os representantes afirmaram ainda que os impactos financeiros para a Zona Franca de Manaus em decorrência à greve é imprevisível, pois ainda não há prazo para a duração do movimento.

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