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Ajuda humanitária

Médicos alertam que bebês morrerão “em minutos” se energia acabar em Gaza

Região está sem água, alimentos, remédio e combustível

Foto: Reuters

Os médicos de uma unidade de terapia intensiva neonatal de Gaza estão lutando para encontrar combustível para geradores e medicamentos básicos para seus pequenos pacientes. Eles podem morrer em minutos se suas incubadoras ficarem sem energia no enclave palestino sob cerco israelense.

“Pedimos a todos que enviem os suprimentos médicos necessários para esse departamento crítico, caso contrário, enfrentaremos uma enorme catástrofe”, disse o médico Nasser Bulbul, do hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza.

“Se a eletricidade acabar nesses departamentos, onde há 55 bebês, perderemos todos os que precisam de eletricidade em cinco minutos.”

Ashraf al-Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, disse que havia 130 bebês recém-nascidos em incubadoras elétricas em toda a Faixa de Gaza.

Qidra disse que os geradores nos hospitais — e especialmente no hospital Shifa, o maior dos 13 hospitais públicos de Gaza — estavam ficando sem combustível e “apenas no fundo dos caminhões-tanque”.

Israel impôs um “cerco total” ao território após a ofensiva do Hamas, que deixou cerca de 1.400 mortos, a maioria civis, de acordo com autoridades israelenses.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na quinta-feira (19) que os hospitais não possuem combustível para os geradores, e que cerca de 1.000 pessoas que necessitam realizar diálises também estarão em risco.

Neste fim de semana, caminhões com ajuda humanitária começaram a entrar em Gaza, procedentes do Egito. Neste domingo, seis tanques com combustíveis chegaram ao enclave.

Embora Israel tema que o combustível ajude o Hamas, o pouco que resta no território palestino está sendo utilizado em geradores para permitir que os equipamentos médicos continuem funcionando.

O Ministério da Saúde palestino anunciou no sábado que 130 bebês prematuros corriam o risco de morrer devido à falta de combustível.

Na média, quase 160 mulheres dão à luz todos os dias em Gaza, segundo o Fundo de População da ONU, que calcula que há 50 mil mulheres grávidas no território de 2,4 milhões de habitantes.

Ainda que Israel afirme que direciona os ataques contra alvos do Hamas, as crianças representam uma enorme proporção dos mais de 4.600 mortos registrados pelo Ministério da Saúde do grupo islamita.

Famílias inteiras, incluindo mulheres grávidas, morreram nos bombardeios, e todos os dias os pais são vistos carregando os corpos dos seus filhos em envoltórios brancos pela rua.

Os médicos do Hospital Najjar, em Rafah, contaram na quinta-feira que não conseguiram salvar o feto de uma mulher que morreu em um ataque aéreo que atingiu sua casa.

Horas antes, oito crianças faleceram enquanto dormiam em uma casa em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

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