Economia brasileira Reforma tributária pode ter papel decisivo para neoindustrialização brasileira, diz especialista Especialistas, autoridades e parlamentares apontam a importância de investimentos em inovação e da reforma tributária para o processo de retomada industrial Em Tempo* - 24/10/2023 às 14:3824/10/2023 às 14:38 O assessor especial do ministro da Fazenda, Rafael Ramalho Dubeux, aponta a inovação como uma ferramenta necessária para o Brasil poder ter um “salto de produtividade” e atingir o desenvolvimento econômico. Para Dubeux, o processo de retomada do setor industrial depende do desenvolvimento tecnológico, mas também da reforma tributária. “Entre outros aspectos, pela desburocratização, pela simplificação do sistema que ela traz e por evitar que a gente exporte tributos, como a gente acaba fazendo hoje com o modelo de cumulatividade que o regime atual acaba provocando para o empresário brasileiro que vai exportar.” O assessor participou do seminário “Neoindustrialização: Inovação e Descarbonização”, no último dia 17, na Câmara dos Deputados. O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) é membro da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ele concorda que a reforma tributária é um ponto fundamental para a neoindustrialização e defende a atuação conjunta dos poderes Executivo e Legislativo para definição de políticas de Estado capazes de fomentar e garantir segurança ao setor. “A gente não pode imaginar que cada indústria brasileira vai criar o seu centro de pesquisa dentro dela. A gente tem hoje um sistema de inovação no Brasil. A gente tem startups, a gente tem universidades, institutos de pesquisa. Então, você deve pensar como é que isso pode agir conjuntamente. O que nós precisamos é integrar melhor isso. Por isso a política pública é essencial, para que você faça que todos esses elos atuem conjuntamente. Por isso, eu acredito que definir políticas públicas é algo absolutamente estratégico e fundamental para o desenvolvimento do nosso país”, afirma o parlamentar. Mão de obra qualificada Segundo o gerente-executivo de Inovação e Tecnologia do Senai Nacional, Roberto de Medeiros Junior, mão de obra qualificada é um pilar para viabilizar a inovação demandada pela chamada neoindustrialização. Ele defende a integração dos esforços de instituições de pesquisa com o setor industrial. “Estamos falando aqui de uma qualificação que tem que ser desenvolvida também pelo Senai, mas pelas universidades com as indústrias, trabalhando em parceria com as ICTs. E esse tipo de qualificação demora, é complexo, mas é necessário. Se a gente quer fazer uma inovação que tenha um caráter nacional, uma inovação do produto nacional que possa competir globalmente, a gente precisa ter pessoas qualificadas discutindo e trabalhando em projetos de ênfase internacional”, destaca. Descarbonização Conforme o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg, nenhum outro país tem a capacidade do Brasil de oferecer condições propícias para acelerar o processo de descarbonização das indústrias. Ele ressalta o potencial do país na agenda verde e defende políticas públicas para evitar que o Brasil se torne apenas exportador de energia limpa, por exemplo. “É muito importante que ela seja utilizada para descarbonizar nossas indústrias para que a gente tenha produtos manufaturados verdes, com baixa pegada de carbono e com valor agregado. Ninguém tem o potencial de produzir aço verde, cimento verde, química verde, fertilizantes verdes como o Brasil. E no meu entendimento isso, sim, é um processo de neoindustrialização. Uma industrialização assentada em novas bases”, pontua Rollemberg. *Fonte: Brasil 61 Leia mais: Quase metade das empresas brasileiras tem projetos e planos de ecoinovação, mostra pesquisa Mercado financeiro eleva para 2,92% projeção de crescimento da economia em 2023 Brasil pode se tornar nona economia mundial, projeta FMI Entre na nossa comunidade no Whatsapp!