Brasília (DF) – O Cine Brasília, tradicional sala de cinema da capital federal, exibe nesta segunda-feira (27), às 20h, sessão especial do minidocumentário “Tem floresta em pé, tem mulher”, de Nina Fidelis. A produção faz parte da campanha de mesmo nome que tem como objetivo valorizar as lideranças femininas negras nas florestas brasileiras.
O filme foi produzido pela Oxfam Brasil em parceria com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (Miqcb), o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq).
A obra presta homenagem a nomes como Maria Nice Machado, a Dona Nice, Secretária de Mulheres do CNS, além de Maria de Jesus Bringelo, a saudosa Dona Dijé. Mulheres que dedicaram suas vidas para lutar pelos direitos dos povos do campo e pela conservação das florestas e rios.
“O filme ‘Tem Floresta em Pé, Tem Mulher’ ocorre no mês da Consciência Negra no país, data oportuna para celebrar as mulheres negras defensoras da Amazônia. Será um momento político importante de diálogo das organizações com representantes do governo”,
destaca Bárbara Barboza, coordenadora de Justiça Racial e de Gênero da Oxfam Brasil.
Também apresenta mulheres e seu importante cuidado, seja com a família, com a casa, com o trabalho e com nossos biomas. Mulheres quilombolas, extrativistas, indígenas e quebradeiras de coco, que estão na linha de frente da luta por seus territórios e por justiça climática. Entre as personagens retratadas, estão as mulheres da Comunidade Nossa Senhora da Boa Esperança, no Rio Pagão (PA), que fazem parte do Conselho Nacional das Populações Extrativistas.
“No ano de 2021 as mulheres que compõem o CNS identificaram a necessidade muito grande de dar visibilidade ao trabalho que nós desenvolvemos dentro dos nossos territórios e também nas organizações onde atuamos. A partir da necessidade de dar visibilidade ao papel feminino na luta em defesa da floresta para o equilíbrio climático, foi construído o ‘Projeto das Nices e Digés – Mulheres Pretas em Defesa da Floresta da Vida’. O minidocumentário faz parte de uma das etapas desse projeto”,
explica Letícia Moraes, recém eleita vice-presidente do CNS.
Letícia Moraes, que na época respondia pela Secretaria da Juventude do CNS, é uma das mulheres retratadas na obra, ao lado de Leida Moraes e Marina Ferreira, também moradoras da Comunidade Nossa Senhora da Boa Esperança.
“Para mim é muito emblemático e significativo fazer parte desse trabalho, do ponto de vista de dizer: aqui na floresta tem mulher e a floresta existe porque existem mulheres que dedicam suas vidas para isso”,
destaca Letícia.
Para a vice-presidente do CNS, trata-se de um trabalho necessário de reconhecimento do protagonismo histórico das mulheres negras das florestas.
“Para mim, esse é um espaço de garantias, de direito, de visibilidade, mas também de enfrentamento. Serve para mostrar a necessidade de discutirmos a emergência climática tendo as mulheres como protagonistas, afinal estamos na linha de frente dentro dos nossos territórios nesse enfrentamento”,
afirma Letícia Moraes.
Nomes de peso
A sessão especial nesta segunda-feira será seguida de um debate com lideranças das comunidades extrativistas e quilombolas, além de convidados especiais.
O debate será mediado por Bárbara Barboza e terá como convidados Edel Moraes, Secretária Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente; Roberta Eugênio, Secretária Executiva do Ministério do Meio Ambiente; Selma Dealdina, Secretária Executiva da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ); Maria Edinalva, Vice-coordenadora geral do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB).
*Com informações da assessoria
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