Na última semana, a professora Samara de Araújo Oliveira, de 23 anos, foi presa enquanto lecionava em uma escola de Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A jovem foi detida por um crime que ocorreu quando ela tinha apenas 10 anos, sendo inimputável perante a Lei, segundo O Globo.
Conforme o jornal, o crime aconteceu em 2010, em São Francisco, cidade do interior da Paraíba. O funcionário de um mercado do município recebeu uma ligação de um desconhecido que o ameaçou de morte, dizendo que duas pessoas numa moto o vigiavam. Para não ser morto, ele deveria fazer oito transferências de R$ 1.000 para sete contas diferentes e não podia sequer desligar o telefone.
Com medo, a vítima cumpriu o que foi pedido pelos criminosos. Mas, durante as investigações, foi descoberto que a ligação era um golpe e não tinha ninguém em frente ao mercado para matar o funcionário. Com a quebra dos sigilos bancários, a Polícia Civil e o Ministério Público da Paraíba identificaram os donos das contas, que eram do Rio de Janeiro.
Segundo a publicação, duas acusadas, Cirlene de Souza e Josina Padilha, dona das contas, foram encontradas. Uma disse que desconhecia o valor depositado, enquanto a outra afirmou que não tinha conta bancária. As duas foram condenadas a cinco anos e quatro meses de prisão e a pena teve início em regime semiaberto.
No entanto, dois acusados ainda precisavam ser localizados. Eram Ricardo Campos dos Santos e Samara. O juízo determinou que o MP da Paraíba tentasse mais uma vez descobrir os endereços dos acusados e, em 20 de janeiro deste ano, foi decretada a prisão de Samara de Araújo Oliveira.
Em um cadastro nacional de dados de pessoas físicas há nove nomes iguais ao da professora, que foi presa no último dia 23 e levada para o Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Desde então, a família dela se mobilizou para mostrar o equívoco à Justiça paraibana.
“Minha filha estava em sala de aula. Ela é professora de Matemática. Fiquei sabendo pela mãe dela que os policiais a levaram durante a aula como se fosse uma criminosa”, disse o pai da jovem, o encarregado de transporte Simario Araújo, de 48 anos.
“Ela nunca pisou na Paraíba. Minha filha é uma menina doce, estava se graduando em Matemática. Não foi nem à formatura dela, no sábado passado, porque estava presa”, acrescentou.
Somente na quarta-feira (29), a família, por meio de um advogado, conseguiu provar o erro e o juiz substituto Rosio Lima de Melo, da 6ª Vara Mista da cidade de Sousa, decidiu expedir o alvará de soltura da professora.
De acordo com o jornal, ao tomar conhecimento sobre o caso, a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio tirou Samara da cela que dividia com outras 13 detentas ontem e manteve na sala da direção até sair o alvará de soltura. O documento, no entanto, atrasou e só chegou nesta sexta-feira, 1º.
Samara foi solta por volta das 9h15 após oito dias na prisão. “Não está nem conseguindo falar comigo, está muito abatida”, disse o pai da jovem ao reencontrá-la.
“Ela é uma inocente que foi julgada e culpada por um crime que alguém roubou os documentos dela, cometeu um crime quando ela ainda era criança, e a Justiça fez um procedimento totalmente errado, então, certamente a gente vai expor isso, mas no momento certo”, disse ele.
*Com informações do UOL
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