Como previsto, o ano de 2023 foi confirmado o mais quente já registrado, informou o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia (UE) em relatório divulgado nesta terça-feira (9).
Segundo a pesquisa anual Global Climate Highlights, pela primeira vez, todos os dias de um ano ficaram 1°C acima do nível pré-industrial (1850-1900). Dos 365 dias de 2023, ao menos metade ultrapassou 1,5°C, sendo que dois dias em Novembro ficaram 2ºC mais quentes.
Com isso, 2023 superou 2016 como o ano mais quente já registrado, com uma temperatura média global de 14,98°C, 0,17°C superior à registrada em 2016.
Entre os principais fatores para esses extremos climáticos estão a concentração de gases do efeito estufa, os fenômenos El Nino e El Nina, além de outras variações naturais.
“Os extremos que observamos nos últimos meses fornecem um testemunho dramático de quão longe estamos agora do clima em que a nossa civilização se desenvolveu. Isto tem consequências profundas para o Acordo de Paris e todos os esforços humanos”, afirmou Carlo Buontempo, diretor do Copernicus
“Se quisermos gerir com sucesso a nossa carteira de riscos climáticos, precisamos urgentemente descarbonizar a nossa economia, utilizando simultaneamente dados e conhecimentos climáticos para nos prepararmos para o futuro.”
Confira os principais pontos do relatório do Copernicus:
- 2023 foi o ano mais quente já registrado desde 1850
- 2023 foi 0,60°C mais quente do que a média de 1991-2020 e 1,48°C mais quente do que o nível pré-industrial de 1850-1900
- É provável que 2024 exceda a marca de 1,5°C de aquecimento acima dos níveis pré-industriais
- Cada mês de junho a dezembro de 2023 foi mais quente do que o mês correspondente em qualquer ano anterior
- Julho e agosto de 2023 foram os dois meses mais quentes já registrados. O verão boreal (junho-agosto) também foi a estação mais quente já registrada
- Dezembro de 2023 foi o dezembro mais quente já registrado a nível mundial, com uma temperatura média de 13,51°C, 0,85°C acima da média de 1991-2020 e 1,78°C acima do nível de 1850-1900 para o mês.
- As concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e metano continuaram a aumentar e atingiram níveis recordes em 2023, atingindo 419 ppm e 1.902 ppb, respectivamente.
- As concentrações de dióxido de carbono em 2023 foram 2,4 ppm superiores às de 2022 e as concentrações de metano aumentaram 11 ppb.
- Um grande número de eventos extremos foi registrado em todo o mundo, incluindo ondas de calor, inundações, secas e incêndios florestais
- As emissões globais estimadas de carbono dos incêndios florestais em 2023 aumentaram 30% em relação a 2022, impulsionadas em grande parte por incêndios florestais persistentes no Canadá.
*Com informações do SBT News.
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