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Indisposto

Rei Charles perderá primeiro grande evento real após descobrir câncer

Monarca estará ausente do Dia da Commonwealth, que celebra um grupo de 56 países que se formou a partir do Império Britânico

O rei Charles III, da Grã-Bretanha, perderá na segunda-feira (11) o primeiro grande evento real desde que foi diagnosticado com câncer, mas não há sinal de que o monarca irá desaparecer da vista do público e muito menos que considere renunciar ao seu cargo, dizem os especialistas.

Charles, de 75 anos, foi forçado a adiar todos os compromissos públicos desde que o Palácio de Buckingham revelou, há pouco mais de um mês, que iniciaria tratamento para uma forma não especificada de câncer.

A notícia chocou a nação menos ao ser divulgada 18 meses depois de ele se tornar rei, após a morte da rainha Elizabeth II, em setembro de 2022.

Sua ausência será profundamente sentida na segunda-feira, quando ele perderá eventos para celebrar a Commonwealth, um grupo de 56 países que se formou a partir do Império Britânico.

O Dia da Commonwealth, em que membros da realeza participam de um serviço religioso na Abadia de Westminster, em Londres, onde ele foi coroado no ano passado, é um importante evento anual no calendário real, já que Charles lidera a organização, que era muito querida por sua mãe.

Embora não esteja presente pessoalmente, Charles enviará uma mensagem em vídeo, a mais recente demonstração de como ele ainda está cumprindo suas funções oficiais de Estado.

Desde que o diagnóstico foi revelado, foram divulgadas imagens do monarca recebendo o primeiro-ministro Rishi Sunak para sua reunião regular e, na última semana, foi cumprimentando dignitários estrangeiros e em uma videochamada com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

“Estamos em uma situação semelhante àquela em que a rainha se encontrava no início da pandemia de Covid, na qual ela tentava conciliar seus deveres como monarca enquanto estava desligada do público”, pontuou o comentarista real e o biógrafo Robert Hardman, que recentemente escreveu “Charles III: New King”. Novo Tribunal. A história interna”.

“E esse é realmente o modelo. Veremos bastante o rei. Teremos notícias dele, mas será apenas por videoconferência remota, e não pessoalmente”, adicionou.

Quebra de protocolo e realeza mais aberta

Porém, Charles quebrou o protocolo real habitual ao fornecer algumas informações sobre sua saúde, uma indicação de seu desejo por uma monarquia mais aberta e menos formal, avaliam os comentaristas.

Antes da notícia do câncer, ele também havia revelado que seria submetido a um “procedimento corretivo” no hospital para um aumento da próstata, uma condição benigna comum entre homens com mais de 50 anos.

“Acho que isso marca um afastamento do estilo de sua mãe, a falecida rainha”, ponderou Anna Whitelock, professora de História da Monarquia na City, Universidade de Londres.

“Em algum nível, ele tinha que dizer alguma coisa. Mas é claro, ele não precisava revelar que era, na verdade, um diagnóstico de câncer”, comentou.

A realeza britânica normalmente não revela detalhes de doenças, considerando todas as questões médicas como privadas, e pouco foi dito sobre uma condição que impediu a rainha Elizabeth de exercer funções públicas no final do seu reinado.

Charles, por outro lado, fez questão de compartilhar detalhes de seu tratamento de próstata para encorajar outros homens com sintomas a fazerem um exame médico, afirmaram assessores.

No entanto, há uma questão sobre a qual os especialistas estão de acordo: Charles seguirá o exemplo da mãe e rejeitará a ideia de renunciar ao cargo de rei em favor do seu filho, o príncipe William.

A abdicação não é incomum entre outras monarquias europeias. A rainha Margarida II, da Dinamarca, entregou o trono ao seu filho, o rei Frederico X, em janeiro, após um reinado de 52 anos, mas ninguém espera que Charles siga o exemplo.

“Não há dúvida de [que não haverá] abdicação”, destacou Hardman, enquanto Whitelock disse que Charles gostaria de proteger William e seus três filhos de estarem no centro das atenções pelo maior tempo possível.

“Ele quer governar até a morte. Ele esperou por esse papel. Tenho certeza de que ele teve grandes, grandes ideias em mente, coisas que deseja fazer como rei”,

pontuou Stephanie Petit, editora real da revista norte-americana People.

“E que isso aconteça logo depois de ele ter iniciado seu reinado deve ser devastador para ele”,

concluiu.

*Com informações da CNN Brasil

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