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Israel pede expulsão de universitários por manifestações pró-Palestina

Enquanto algumas faculdades dos EUA endurecem posição em relação aos manifestantes pró-Palestina, em Gaza elas são aplaudidas

Reuniões de pessoas no norte e centro de Gaza na quarta-feira (1º) expressaram gratidão aos estudantes nos campi universitários dos Estados Unidos que protestam contra a guerra em Gaza.

Em Deir al-Balah, em frente ao hospital dos Mártires de Al Aqsa, médicos, enfermeiros e funcionários seguravam cartazes com mensagens que diziam “Unidos contra o genocídio”, “A matança de crianças deve parar” e “Luta contínua pela justiça”.

O médico Saad Abu Sharban disse que estava “nas nuvens” com as imagens de manifestantes em outros países, porque isso significava “que em todo o mundo existem seres humanos que sabem o que está acontecendo aqui na Faixa de Gaza neste momento”.

Os palestinos em Gaza têm demonstrado apoio aos manifestantes dos EUA há vários dias. Em vários campos de refugiados no enclave palestino, na quarta-feira (1), crianças também puderam ser vistas segurando cartazes e faixas com os nomes de diferentes universidades americanas onde foram realizadas manifestações pró-Palestina, dizendo “obrigado pela sua solidariedade!”

Nadia Al-Dibs, uma mãe que os filhos seguravam cartazes atrás dela em Deir al-Balah, disse que se sentia grata aos “corajosos estudantes” das universidades americanas pela sua solidariedade com Gaza e por apelarem a um cessar-fogo.

“As populações árabes não se importaram conosco, enquanto os estudantes das universidades americanas se solidarizaram, sentiram o sangue que escorre de nós, nossos edifícios que foram atingidos e nossos filhos cujas vidas foram destruídas… agradeço mil vezes a eles”, disse ela.

A apreciação pública da população de Gaza ocorre em meio à crescente controvérsia nos EUA sobre as manifestações nos campi, que se espalharam por todo o país nas últimas semanas em meio às crescentes tensões sobre a guerra de Israel contra o Hamas, lançada após o ataque do grupo terrorista em 7 de outubro, que deixou mais de 1.200 pessoas mortas.

Os protestos nos EUA visam, em geral, exigir o fim do ataque devastador de Israel ao enclave palestino, que já matou mais de 34 mil pessoas, segundo o ministério da Saúde palestino, e está se aproximando do seu oitavo mês.

Mas os críticos dizem que algumas manifestações ultrapassaram a linha do antissemitismo. Israel alegou que os protestos estão sendo manipulados por “agitadores externos”.

O Embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, denunciou as manifestações universitárias em um discurso na Assembleia Geral em Nova York na quarta-feira (1).

Erdan acusou as manifestações de serem compostas por “manifestantes antissemitas afiliados a agitadores externos”. Ele disse que os estudantes deveriam enfrentar a expulsão, enquanto os professores universitários e reitores deveriam enfrentar “ações rápidas e severas”.

O discurso na Assembleia Geral se seguiu a uma votação no Conselho de Segurança no mês passado sobre uma resolução que teria reconhecido um Estado palestino. Essa votação foi vetada pelos EUA.

Erdan atacou os seus colegas da ONU, acusando a Assembleia Geral de espalhar uma retórica contra Israel que, segundo ele, ajudou a incentivar os manifestantes. Ele gritou “vergonha” para os países sentados no salão.

Várias faculdades endureceram recentemente a sua posição, apelando às autoridades para atuarem nos seus campi – uma repressão saudada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, como “uma coisa bonita de ver” na Universidade de Columbia, em Nova York.

Enquanto isso, a universidade de Shiraz, na província iraniana de Fars, ofereceu bolsas de estudo a estudantes de universidades dos EUA e da Europa que forem expulsos devido aos protestos.

*Com informações da CNN Brasil

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