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Investigação

Rede de salões de beleza da família de Djidja Cardoso tem registro de atividade veterinária

Polícia Civil do Amazonas investiga envolvimento do estabelecimento da família no uso e comercialização de ketamina

Foto: Reprodução

Manaus (AM) – As investigações da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) sobre o “Caso Djidja” apontaram que a rede de salões de beleza da família da ex-sinhazinha do Boi Garantido também tem registro de “atividades veterinárias”, como uma das atividades econômicas secundárias em relação à principal, de “cabelereiros, manicure e pedicure”. Os códigos do estabelecimento estão dispostos na ferramenta da Receita Federal, Redesim.

Segundo a investigação, o salão Belle Femme também é registrado como comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estimação. Outra atividade secundária registrada na empresa é a de atividades veterinárias, que engloba tratamentos e assistências a animais de estimação em serviços desenvolvidos em clínicas.

Essa especificação também é encontrada no registro da clínica Maxvet, que também foi alvo de investigação da PC-AM, acusado de fornecer ketamina para a família de Djidja Cardoso.

No perfil do estabelecimento Belle Femme Salão de Beleza Unissex, também é possível ver as seguintes atividades econômicas secundárias de comércio da empresa: varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal; varejista de artigos de vestuários e acessórios; estética e outros serviços de cuidado com a beleza; além de varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estimação e atividades veterinárias.

O que é ketamina?

A morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, virou caso de polícia após familiares da empresária acusarem a mãe e o irmão de transformarem a residência em uma “Cracolândia”. O relato viralizou nas redes sociais, chamando a atenção da equipe da Polícia Civil do Amazonas, que deu início ao processo investigativo. Durante o cumprimento de mandado de prisão e apreensão ocorrido na quinta-feira (30), foram encontradas seringas e medicamentos em grande quantidade dentro do estabelecimento da família, entre eles a ketamina.

O Inquérito Policial (IP) apontou que a causa da morte de Djidja foi por overdose de ketamina, o medicamento utilizado como anestésico, que combate dores crônicas. O médico especialista em Cardiologia e Clínica Médica, Gustavo Lenci, explicou como o medicamento age no corpo humano com acompanhamento médico.

“A ketamina foi descoberta nos anos 60, sendo sintetizada inicialmente como anestésico. Ela atua em um receptor chamado NMDA e, ao atuar nesse receptor, ela induz uma coisa chamada anestesia dissociativa. Ela induz o paciente, numa situação de anestesia, porém sem fazer o paciente dormir. É como se ele tivesse anestesiado, porém acordado, o que pode ser dito como uma dissociação entre a mente e o corpo”,

informou o médico em seu canal no Youtube.

O aumento do uso do medicamento de forma indiscriminada chamou a atenção de especialistas do mundo todo, provando que a situação não ocorre apenas no Brasil. O médico Gustavo encontrou estudos clínicos que avaliam os efeitos da ketamina no corpo humano a longo prazo, sem infraestrutura hospitalar.

“Nos últimos anos, diversos estudos começaram a surgir a respeito de outros usos da ketamina, que não somente o anestésico, como, por exemplo, o tratamento da dor crônica, tratamento de distúrbios psiquiátricos, como a depressão. Uma procura no Clinical Trials (*site e banco de dados on-line de estudos de pesquisa clínica e informações sobre seus resultados) a respeito de ketamina, nós podemos encontrar mais de mil estudos registrado sobre o uso dessa medicação”,

enfatizou Lenci.

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