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Decisão

Maquiadora do salão de Djidja tem prisão preventiva convertida em domiciliar

Expectativa é que ela deixe o Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF) ainda hoje

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Manaus (AM) – O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) converteu a prisão preventiva da maquiadora do salão Belle Femme, Claudiele Santos da Silva, de 34 anos, para domiciliar, nesta quarta-feira (5). Ela é investigada pelo uso de Ketamina, droga que matou a ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, segundo inquérito policial.

A decisão foi justificada pelo ao fato dela ter uma criança menor de 12 anos de idade, que necessita de cuidados maternos integralmente. De acordo com o advogado Kevin Teles, a maquiadora possui um filho de dois anos, que ainda está na fase de amamentação. 

Assim, Claudiele será monitorada por tornozeleira eletrônica e não poderá sair do endereço registrado pela Justiça. É esperado que ela deixe o Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF) ainda hoje.

Caso Djidja

As investigações sobre o caso Djidja continuam e novos relatos de familiares revelaram que a ex-sinhazinha do Boi Garantido, encontrada morta em Manaus, por suspeita de overdose, foi impedida pela mãe e o irmão de receber ajuda e tratamento contra a dependência química.

De acordo com os familiares que denunciaram Ademar Cardoso e Cleusimar Cardoso, irmão e mãe da ex-sinhazinha, há pelo menos um ano Djidja passou a ser usuária da cetamina. Uma prima informou que os três viviam o drama da dependência química e nos últimos meses, devido ao uso constante da droga, Djidja ficou debilitada ao ponto de não conseguir mais sair da cama.

“Ela ficou muito dependente. Então ela não vivia mais sem. Ela estava usando fralda, não conseguia mais se levantar, as pernas inchadas. A Djidja não queria que as pessoas vissem ela daquele jeito. Ela já estava com vergonha da aparência dela, mas para eles [mãe e irmão] era normal”, disse a prima, que pediu anonimato.

Dias antes de Djidja ser achada morta, outra prima dela registrou, no dia 24 de maio, um Boletim de Ocorrência (BO) contra a mãe e o irmão da ex-sinhazinha por sequestro e cárcere privado. A denúncia consta no inquérito policial que investiga o caso.

Ainda conforme o registro, a prima denunciou que Djidja não podia receber visitas e nem sair de casa, pois se encontrava sempre sob efeito da droga. Também foi relatado no BO que o irmão era o responsável de levar a droga para dentro de casa e permitir que a família fizesse uso.

“Ela ficou muito dependente. Então ela não vivia mais sem. Várias vezes a gente tentou fazer alguma coisa, nós fizemos BOs. Porém, a mãe e os funcionários proibiram nossa entrada. A gente não podia fazer nada”, disse.

Investigação

Há pouco mais de um mês, a polícia começou a investigar Djidja, o irmão e a mãe dela por tráfico de cetamina. Segundo o inquérito, os três criaram um grupo religioso chamado, “Pai, Mãe, Vida”, que incentivava o uso da droga para alcançar uma falsa plenitude espiritual.

Conforme as investigações, a gerente do salão de beleza de Djidja, Verônica da Costa, era a responsável por comprar a droga ilegalmente, sem receita médica. Ela tinha apoio de Marlisson Vasconcelos e Claudiele Santos, que também eram funcionários da família Cardoso. Os três (Verônica, Marlisson e Claudiele) também estão presos por ordem judicial.

Abstinência na Prisão

Em entrevista à imprensa, a advogada da família Lidiane Roque, Ademar, Cleusimar e a gerente Verônica estão sofrendo de abstinência na prisão. Segundo a defesa, os três estão em isolamento nas unidades prisionais onde estão presos. Ademar e Verônica mais estáveis e Cleusimar em estado mais crítico.

A defesa afirma que vai pedir a internação compulsória dos três.

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