Donald Trump dominou o debate presidencial na noite dessa quinta-feira (27), e deixou Joe Biden acuado no embate, marcado por algumas declarações falsas do candidato republicano e um atual presidente ligeiramente confuso.
Tentando a reeleição, Joe Biden chegou ao debate 0,2% pontos atrás de Trump, de acordo com as últimas pesquisas realizadas no país, e teve no embate a chance de reverter os números desfavoráveis.
Contudo, ao final das cerca de 1h30 discussão, o desempenho de Joe Biden deixou o Partido Democrata com preocupações sobre o futuro. Além de analistas e a mídia norte-americana, membros do próprio Partido Democrata relataram à CNN um certo desespero quanto a candidatura de Biden.
Saúde de Biden
Dias antes do debate, a campanha de Trump voltou a questionar a saúde e a idade avançada do presidente dos Estados Unidos, de 81 anos, e sugeriu que Biden faria o uso de medicamentos para se manter lúcido durante a discussão.
Nas primeiras falas do candidato democrata, a tese levantada pelo Team Trump ganhou força após Joe Biden aparecer com uma voz fraca e expressões perdidas ao ouvir e responder os questionamentos.
Durante uma discussão sobre segurança nas fronteiras, Donald Trump chegou a dizer que não tinha entendido o que Biden havia dito.
“Eu realmente não sei o que ele disse no final daquela frase. Eu acho que ele não sabe também o que disse”, provocou o candidato republicano após uma resposta confusa de Biden.
Em outro momento, Biden afirmou que a sua idade é sinônimo de experiência e lembrou que Donald Trump é apenas três anos mais novo que ele.
“Fui a segunda pessoa mais jovem a ser eleita para o Senado dos Estados Unidos, e agora sou criticado por ser o mais velho. Esse homem [Trump] é só três anos mais novo e é menos competente. Acho que as pessoas precisam olhar para as minhas conquistas, para o que eu fiz”, declarou.
Economia
Entremeado às polêmicas, os dois candidatos à Casa Branca discutiram sobre a economia norte-americana. A gestão Biden, nessa reta final do mandato, tem enfrentado o tema como uma das grandes dificuldades do governo e um desafio no pleito deste ano, diante da alta da inflação e a perda do poder de compra do cidadão.
Questionado sobre a situação, Biden destacou que, assim que chegou ao posto, recebeu a economia em declínio, deixada pela administração de Donald Trump e que enfrentou desafios relacionados à pandemia da Covid-19.
O ex-presidente, no entanto, rebateu ao dizer que entregou o país “com a melhor economia da história”. A rede de televisão ABC News, no entanto, afirmou que a declaração é falsa, uma vez que o crescimento do produto interno bruto, por exemplo, ficou muito abaixo do alcançado pelos presidentes anteriores sob a administração do bilionário.
Passado revirado e ofensas
Conforme o esperado, Trump e Biden lançaram mão das polêmicas dos rivais como instrumento de ataque. O atual presidente chamou o bilionário de “criminoso condenado”, ao relembrar a condenação recente de Donald Trump por caso de fraude fiscal. “A única pessoa no palco que é um criminoso condenado é o homem a quem eu estou olhando agora [Donald Trump]”, disse.
Em maio deste ano, Trump foi declarado culpado em caso de fraude contábil. Assim, ele passou a ser considerado o primeiro ex-presidente do país a ser condenado criminalmente pela Justiça norte-americana. Segundo a acusação, o ex-presidente teria escondido o pagamento de US$ 130 mil, com gastos da campanha, para a atriz pornô Stormy Daniels.
Nessa quinta, Biden chegou a afirmar que Trump fez sexo com a atriz enquanto a esposa estava grávida, o que ex-presidente nega. O candidato do Partido Republicano se defendeu das acusações e citou o filho do presidente Hunter Biden, que foi condenado por porte ilegal de arma e ainda é acusado de evasão fiscal. “Ele fala de um criminoso condenado, mas o filho dele é um criminoso condenado”, disse.
A declaração ocorreu no momento em que os dois pleiteantes à Casa Branca discutiam a invasão de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio. Trump partiu para os ataques pessoais contra Biden ao ser questionado sobre o que diria para o cidadão que acha que ele violou o juramento à Constituição à época dos ataques.
Na ocasião, apoiadores de Trump, inconformados com a vitória do democrata nas urnas, invadiram e depredaram o prédio que abriga o Congresso dos Estados Unidos.
Política externa
Envolvido em alguns conflitos, ainda que de forma indireta, a atual política externa dos Estados Unidos foi um outro ponto-chave discutido pelos dois candidatos à presidência dos EUA.
Joe Biden alegou que nenhum soldado norte-americano morreu ao redor do mundo durante a sua administração, esquecendo do incidente que vitimou militares no aeroporto de Cabul em um ataque do Estado Islâmico durante a retirada das tropas dos EUA do Afeganistão.
Trump relembrou a saída conturbada do país, agora comandado pelo Talibã, e classificou a retirada como o dia “mais vergonhoso” para os EUA.
Sem dar maiores detalhes, o candidato do Partido Republicano insistiu que acabaria com a guerra na Ucrânia “antes de tomar posse em 20 de janeiro”, e criticou a verba transferida pela administração Biden à Kiev.
Sobre a tensão no Oriente Médio, Biden recordou o plano de cessar-fogo dos EUA aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU no último dia 10 de junho, e reforçou que os EUA continuarão apoiando Israel para que o Hamas seja eliminado, mas tomando “cuidado com certas armas utilizadas em áreas populosas” da Faixa de Gaza.
Imigrantes
O aumento no número de imigrantes nos EUA também foi discutido pelos dois candidatos, que atacaram as políticas um do outro sobre o assunto.
Trump enfatizou que o país possuía a fronteira “mais segura na história” dos EUA em sua administração, e acusou Biden – novamente sem provas – de abrir as portas do país para “pessoas que vieram de prisões, de hospitais psiquiátricos e terroristas de todo o mundo”.
Já Biden relembrou a postura adotada durante os quatro anos que antecederam seu governo, e disse que Trump separou pais e filhos, colocando as crianças em “jaulas”.
*Com informações do Metrópoles
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