Manaus (AM) — O Governador Wilson Lima afirmou, durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (5), que o Instituto de Defesa Do Consumidor do Amazonas (Procon-AM) irá notificar as empresas de navegação que pretendem cobrar até R$ 32 mil por contêiner durante estiagem no Amazonas.
Segundo Lima, esse comportamento é classificado como abusivo, já que a estiagem ainda não está prejudicando as atividades do estado.
“Já determinei ao Procon que aja contra essas empresas porque isso aí é um abuso, porque aqui no Rio Amazonas a gente ainda não tem dificuldade de navegação. Como é que empresa já anuncia uma sobretaxação de algo que pode acontecer? A gente sabe que vai ter uma seca, mas a gente não sabe qual o tamanho dela, qual a proporção”,
destacou.
Para o governador, as empresas só estão preocupadas com o lucro que garantirão no período, ignorando todo o sofrimento que a população passará na seca que se aproxima.
“No momento que a gente mais precisa de ajuda de alguém que está tendo lucro na região amazônica, vem colocar mais uma carga sobre os nossos ombros. Porque no momento que há uma sobretaxação no transporte, isso aí em algum momento vai cair sobre o consumidor, então, lá na ponta, no final das contas, é o cidadão que mora aqui na região amazônica que vai ter o preço dos produtos encarecidos”,
pontuou Wilson Lima.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Serafim Corrêa, declarou que o Amazonas pediu ajuda do governo federal, já que as empresas operam nos rios por sua concessão.
“O governador determinou ao Procon que intime essas empresas para que elas respondam, porque isso aí é exploração popular, isso aí é crime contra a ordem econômica. Ora, eles criaram uma sobretaxa de 5 mil dólares a partir de 1º de agosto, valendo até dezembro […] . Que eles vão tirar não é das empresas, porque as empresas obviamente vão transferir esse custo para o consumidor. Eles vão tirar do povo do Amazonas, do povo brasileiro, isso merece o nosso repúdio”,
enfatizou.
Taxa da seca
As empresas de navegação do Amazonas irão cobrar uma taxa a mais por contêiner durante à estiagem, que afetará o Estado nos próximos meses. A “taxa de pouca água” inclui um acréscimo que pode chegar a US$ 5,9 mil — aproximadamente R$ 32,2 mil. O acréscimo deve começar a ser cobrado a partir de agosto.
Entre as empresas que fazem o transporte de contêineres, a Aliança Navegação e Logística cobrará R$ 15 mil por contêiner a partir do dia 1º de setembro. A MSC cobrará US$ 5 mil (R$ 27,3 mil) já a partir deste mês de agosto. A Maersk cobrará a maior taxa, até o momento: US$ 5,9 mil (R$ 32,2 mil), também a partir de agosto.
O comportamento das empresas comprometem o pleno funcionamento da Zona Franca de Manaus (ZFM). “Antes, o frete que era 3.500 dólares passaram para 11.500 dólares e agora com mais US$ 5, o frete por contêiner passa a ser 16.500 dólares. Ora, um contêiner, e média, o custo da mercadora são 45 mil dólares, 16.500 de frete, isso equivale em torno de 40%, o que é um absurdo! Isso derruba todos os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus”, relatou Serafim.
Para ele, as empresas estão se aproveitando do momento delicado para lucrar. Além de Serafim, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, também repudiou a atitude das empresas, afirmando que essa nova taxa está preocupando os produtores.
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