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Caso Djidja: Justiça aceita denúncia contra mãe, irmão e mais 8 pessoas por tráfico de drogas

Com o recebimento da denúncia, a Vara também pautou a audiência de instrução inaugural para 4 de setembro deste ano

A Justiça do Amazonas aceitou a denúncia do Ministério Público do Amazonas (MPAM), nesta sexta-feira (26), contra a mãe de Djidja Cardoso, Cleusimar Cardoso, o irmão dela, Ademar Cardoso, e o ex-namorado dela, Bruno Roberto da Silva, por tráfico de drogas, tornando-os réus. Outras sete pessoas também foram denunciadas pelo crime.

As dez pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil do Estado do Amazonas (PC-AM) a partir da morte da jovem Djidja Cardoso, no fim de maio, em Manaus. A polícia suspeita que a morte foi causada por overdose de ketamina.

A decisão foi do juiz da 3.ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (3.ª VECUTE), Celso Souza de Paula, que aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), no processo n.º 0508159-44.2024.8.04.0001, que tem dez pessoas acusadas de tráfico de substâncias entorpecentes.

Dos 10 acusados, quatro respondem ao processo em liberdade e seis estão presos. Na mesma decisão em que aceitou a denúncia do MPE, o magistrado negou o pedido apresentado pelas defesas de quatro deles para relaxamento da prisão.

Com o recebimento da denúncia, a Vara também pautou a audiência de instrução inaugural para 4 de setembro deste ano. Na ocasião, serão ouvidas as testemunhas de acusação, depois as de defesa e, por último, os acusados.

Devido ao número de testemunhas e acusados, a tendência é que até o encerramento da instrução sejam utilizadas outras datas para a conclusão dessa fase processual. O processo tramita em segredo de justiça.

Até o momento, o Ministério Público só denunciou o grupo por tráfico de drogas. No entanto, o órgão ministerial, por meio de outras promotorias de justiça, pode denunciar os envolvidos por outros crimes, tais como, charlatanismo, curandeirismo, estupro de vulnerável, organização criminosa, dentre outros.

Denunciados pelo MP

  • Cleusimar Cardoso Rodrigues (mãe de Djidja): denunciada por tráfico de drogas e associação para o tráfico – presa;
  • Ademar Farias Cardoso Neto (irmão de Djidja): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico – preso;
  • José Máximo Silva de Oliveira (dono de uma clínica veterinária que fornecia a cetamina): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico – preso;
  • Sávio Soares Pereira (sócio de José Máximo na clínica veterinária): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico – preso;
  • Hatus Moraes Silveira (coach que se passava por personal da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas e associação pra o tráfico – preso;
  • Marlisson Vasconcelos Dantas (cabeleireiro em uma rede de salões de beleza da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas – em prisão domiciliar;
  • Claudiele Santos Silva (maquiadora em uma rede de salões de beleza da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas – em prisão domiciliar;
  • Verônica da Costa Seixas (gerente de uma rede de salões de beleza da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas – presa;
  • Emicley Araújo Freitas (funcionário da clínica veterinária de José Máximo): denunciado por tráfico de drogas – em prisão domiciliar.
  • Bruno Roberto da Silva Lima (ex-namorado de Djidja): também denunciado por tráfico de drogas – em prisão domiciliar.

Caso Djidja

A Polícia Civil do Amazonas descobriu que a mãe e o irmão da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, lideravam uma seita religiosa, denominada “Pai, Mãe, Vida”.

De acordo com a investigação, eles eram responsáveis por fornecer e distribuir a substância ketamina, além de incentivar e promover o uso da droga de forma recreativa. Os dois foram presos em Manaus, junto com funcionárias do salão beleza Belle Femme, que ajudavam a manter a organização.

Segundo o inquérito policial, Ademar Cardoso (irmão de Djidja) era o líder da seita e acreditava ser Jesus, enquanto sua mãe Cleusimar seria Maria. Djidja Cardoso, que faleceu, seria Maria Madalena.

Ademar utilizava o livro “Cartas para Cristo” como um “manual” para suas práticas, defendendo que o uso de ketamina, drogas alucinógenas e meditação poderia levar ao autoconhecimento e experiências espirituais profundas.

Os investigadores realizaram uma operação no salão de beleza Belle Femme e apreenderam frascos de ketamina (também escrita como cetamina ou quetamina), um anestésico de uso humano e veterinário que se tornou uma droga ilícita na década de 1980.

*Com informações do TJAM e g1

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