A seca se intensifica na Bacia do Rio Madeira com novo recorde histórico em Porto Velho (RO). Na segunda-feira (23), a cota chegou a 25 cm – a marca mais baixa desde o início da série histórica, em 1967.
Após registrar essa mínima, o nível apresentou variações e alcançou 40 cm nesta terça-feira (24). Em 2023, a segunda pior seca da história, a cota ficou em 1,10 m. Os dados são apresentados em boletim de monitoramento hidrológico divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) e disponível na plataforma SACE.
De acordo com as projeções do SGB, não há tendência de recuperação do Rio Madeira para os próximos dias.
“As previsões de chuva só indicam melhorias após o dia 1º de outubro. Até essa chuva chegar à estação de Porto Velho, os níveis podem continuar bem baixos por cerca de 20 dias. Na Bolívia, que é a cabeceira da bacia, as vazões continuam reduzindo”, explicou o pesquisador em geociências do SGB Marcus Suassuna.
No município de Nova Mamoré (RO), na estação de Jirau-Jusante Beni, também é observada mínima histórica: 8,79 m. A estação de Morada Nova, em Porto Velho (RO), registra 6,91 m – a segunda menor da história, atrás da cota de 6,56 m registrada em 1998. Em Ji-Paraná (RO), o Madeira está na cota de 6,08 m – a segunda menor da série histórica, atrás do recorde de 6,02 m registrado em 2021. A cota está dentro da faixa da normalidade apenas em Guajará-Mirim (RO), onde registra 5,03 m.
Às terças e sextas o SGB divulga Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Madeira, com as cotas observadas na região.
Desde março, o SGB compartilha as previsões sobre a seca acentuada na Bacia do Rio Madeira, em reuniões institucionais e por meio da emissão dos boletins de monitoramento. As informações apoiam a tomada de decisões que visem reduzir os impactos da seca na bacia. Além disso, são realizados estudos para identificar os melhores locais para a perfuração de poços destinados ao abastecimento público. No estado existem mais de 4 mil poços cadastrados no Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (Siagas).
Parceria
O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas.
As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e, em seguida, apresentadas na plataforma SACE.
*Com informações da assessoria
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