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Críticas

Razões de Omar Aziz contra Marina Silva, defensora de interesses globais do petróleo

Declarações reacendem o debate sobre os entraves à revitalização da BR-319

Foto: Reprodução

Em inflamado discurso durante encontro com líderes empresariais da Zona Franca de Manaus (ZFM), recentemente, o senador Omar Aziz (PSD-AM) acusou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de atuar em favor do mercado internacional de petróleo e contra os interesses econômicos do Brasil.

As declarações reacendem o debate sobre os entraves à revitalização da BR-319 e a exploração de recursos na Amazônia, temas que dividem o governo Lula.

Aziz classificou a postura de Marina Silva como “fundamentalista” e a acusou de priorizar agendas globais em detrimento do desenvolvimento regional. “Hoje temos, dentro do governo, fundamentalistas ambientais que não querem discutir a realidade do povo brasileiro”, afirmou o senador, referindo-se à resistência da ministra em avançar com a reconstrução da rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho (RO).

Considerada estratégica para escoar produção e integrar regiões isoladas do Amazonas, a obra é defendida por empresários e políticos locais, mas enfrenta críticas de ambientalistas, que veem riscos de desmatamento e pressão sobre territórios indígenas.

“É nosso direito querer a BR-319, somos brasileiros”, disse Aziz, sugerindo que a oposição de Marina à obra nega à população amazonense acesso a infraestrutura básica. A propósito do senador, cabe repercutir declarações do ex-ministro Aldo Rebelo, que acusa Marina de ter sido colocada no cargo sob influência de ONGs que defendem a “intocabilidade da Amazônia a ferro e fogo”.

O novo front das críticas

As acusações de Aziz expandiram-se para outro tema relevante: a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, no Amapá. O Ibama, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, negou em 2023 licença para a Petrobras perfurar na região, alegando riscos ambientais.

Aziz, no entanto, comparou a decisão à permissão concedida a empresas francesas e americanas para operar em áreas próximas. “Enquanto estrangeiros exploram petróleo ao nosso lado, Marina impede o Brasil de fazê-lo”, criticou.

Para o parlamentar, a postura da ministra beneficiaria o mercado global de petróleo. “Quanto menor a oferta, mais valorizado fica o produto”, argumentou, destacando que o bloqueio à exploração nacional serviria a grupos internacionais.

As críticas de Aziz à Marina Silva não são isoladas. Desde o início do governo Lula, o senador lidera uma campanha contra as políticas ambientais do Ministério, que considera excessivamente restritivas. O embate reflete a tensão histórica entre setores produtivos da Amazônia e a agenda de preservação, agora agravada pela possibilidade de investimentos em infraestrutura e energia.

O que está em jogo

O debate sobre a BR-319 e o petróleo na foz do Amazonas sintetiza um conflito maior: como conciliar desenvolvimento econômico, soberania energética e preservação ambiental na região mais estratégica (e vulnerável) do país. Marina Silva se omite sobre esse tema.

Enquanto o Amazonas pressiona por integração logística para impulsionar a Zona Franca de Manaus, ambientalistas defendem que a infraestrutura aprofundará a crise climática e social na floresta.

Enquanto isso, o governo Lula navega em águas turbulentas. De um lado, Marina e seu grupo xiita exigem a Amazônia como um “Jardim Botânico” do Primeiro Mundo. De outro, Omar Aziz e seus companheiros cobrando ações práticas para “não deixar o Amazonas à míngua”.

Juscelino Taketomi
Juscelino Taketomi
  • Articulista do Portal Em Tempo, Juscelino Taketomi, é Jornalista. Há 28 anos é servidor da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam)

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