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Conselho de Ética

Deputadas pedem a cassação de Plínio Valério após declaração sobre Marina

O pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar foi protocolado nesta quinta-feira (20)

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Nove deputadas federais apresentaram uma representação ao Conselho de Ética do Senado contra o senador Plínio Valério (PSDB-AM) em razão de uma declaração em que afirmou ter “vontade de enforcar” a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede). O pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar foi protocolado nesta quinta-feira (20).

“O teor de sua fala ultrapassa os limites da imunidade parlamentar, uma vez que não possui qualquer relação com sua atuação como representante do estado do Amazonas, mas sim um evidente caráter de violência de gênero”, diz um trecho da representação, que também conta com o apoio de Túlio Gadelha (PE), único deputado do partido de Marina na Câmara.

Assinam o documento as deputadas Benedita da Silva (PT-RJ), Duda Salabert (PDT-MG), Enfermeira Ana Paula (Podemos-CE), Gisela Simona (União-MT), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Laura Carneiro (PSD-RJ), Maria Arraes (Solidariedade-PE), Tabata Amaral (PSB-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ).

“Imagina o que é ficar com a Marina seis horas e dez minutos sem ter vontade de enforcá-la?”, disse Plínio Valério durante um evento no Amazonas, na última sexta-feira (14), em referência à participação da ministra em uma audiência da CPI das ONGs no Senado.

Após a repercussão, o senador afirmou que não se arrependia e alegou que a declaração tinha sido uma “brincadeira”. Contudo, a fala gerou uma reprimenda de Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado. A ministra também se manifestou, afirmando que o ataque foi uma incitação à violência contra a mulher e que “só psicopatas são capazes de fazer isso”.

Na representação ao Conselho de Ética, as parlamentares sustentam que a afirmação de Plínio Valério configura quebra de decoro e “não apenas fere a dignidade da ministra, mas também desqualifica o debate político ao utilizar uma linguagem de incitação à violência”. O grupo de deputadas enfatiza que o episódio não pode ser minimizado como um simples exagero verbal, pois afronta os princípios da ética parlamentar e caracteriza violência política de gênero, configurando um “acintoso rebaixamento da condição humana”.

(*) Com informações da Carta Capital

Leia mais: Plínio diz que ‘enforcar’ Marina foi brincadeira ao levar puxão de orelha de Alcolumbre

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