Em uma cerimônia histórica, que reuniu lideranças políticas do estado e centenas de jovens de Manaus e do interior, o professor universitário Neibe Araújo tomou posse, no último dia 10 de abril, como o primeiro presidente do União Jovem do Amazonas.
A bacharel em Direito, Arianny Cidade, assumiu a vice-presidência. O evento foi conduzido pelo governador e presidente do União-AM, Wilson Lima, sob os olhares atentos de uma nova geração ávida por representatividade.
Nesta entrevista exclusiva, Neibe Araújo, que assumiu o compromisso de transformar a juventude em protagonista ativa da política amazonense, fala sobre os próximos passos, os desafios no interior, as políticas públicas exitosas para esse público e a missão de abrir novas oportunidade aos jovens. Com uma visão estratégica e papo reto, ele revela como pretende conectar sonhos e ações concretas — e porque acredita que o futuro começa agora, com quem tem coragem de agir.
Em Tempo – Assumir a presidência do União Jovem do Amazonas é um passo importante na sua trajetória. Qual foi o seu sentimento pessoal ao ser empossado?
Neibe Araújo – Foi um misto de honra, responsabilidade e esperança. A cerimônia foi muito simbólica para mim, porque representou não só a minha posse, mas a ascensão de uma juventude que quer e merece espaço. Ver o auditório da Assembleia Legislativa lotado de jovens com brilho nos olhos me fez ter a certeza de que não estou sozinho nessa missão. É uma jornada coletiva. Nasci no bairro Santo Agostinho, na Zona Oeste de Manaus, onde também estudei em escola pública. Estar ali, sendo empossado como presidente da União Jovem do Amazonas, foi como ver um filme passando na minha cabeça — o filme de uma criança da comunidade que chega a um cargo de grande relevância. E mais do que isso, que assume essa missão com o compromisso de abrir caminhos para que outros jovens da periferia também possam sonhar, lutar e vencer. Aquele momento foi de profunda honra, porque mostrou que o jovem da periferia pode, sim, vencer na vida — basta acreditar, persistir e não abrir mão dos seus sonhos. Quero que essa trajetória sirva de motivação para tantos outros jovens que, como eu, nasceram na comunidade, mas têm dentro de si o potencial de transformar realidades.

ET – A cerimônia de posse foi bastante prestigiada. Como você avalia a presença maciça de jovens e lideranças políticas?
Neibe Araújo – Foi emocionante. Ter jovens de Manaus e do interior, além de autoridades como o governador Wilson Lima, presidente estadual do partido, a presidente do União Jovem do Brasil, Carol Araújo, e lideranças como o segundo vice-presidente da legenda no Amazonas, Marcellus Campêlo (titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano – Sedurb) e o secretário estadual do Desporto e Lazer, Jorge Oliveira, mostra que estamos no caminho certo. Esse apoio dá força e legitimidade ao nosso projeto. Não estamos começando pequenos — estamos começando grandes, com visão e propósito.
ET – O governador Wilson Lima afirmou que o União Jovem é um “laboratório de ideias”. Como você pretende transformar essas ideias em ação?
Neibe Araújo – O governador nos tem dado todo o apoio nessa nova missão. E, para que tudo aconteça, o foco será promover uma cultura de inovação política entre os jovens. Vamos incentivar a criação de projetos sociais, startups de impacto, propostas legislativas juvenis. Não queremos que o jovem apenas discuta política — queremos que ele viva a política com propósito. Teremos encontros periódicos, eventos formativos, grupos de trabalho temáticos. Vamos transformar ideias em protótipos e esses protótipos em soluções reais para problemas locais. O União Jovem será um celeiro de lideranças e de inovação social.
ET – A descentralização das ações é uma meta sua?
Neibe Araújo – Com certeza. A descentralização das ações é uma das nossas principais metas. Um dos nossos maiores compromissos é com o interior do estado. O jovem de Manacapuru, de Parintins, de Humaitá ou de São Gabriel da Cachoeira tem tanto potencial quanto o da capital. O grande desafio, muitas vezes, está na falta de oportunidades. Eu já viajei por diversas vezes ao interior do Amazonas — inclusive, já percorri todos os municípios do estado. Conheço de perto a realidade da juventude de lá, e, mais do que isso, construímos ao longo do tempo uma rede de lideranças locais que estão dispostas a somar conosco nesse projeto. Agora, com esse conhecimento acumulado e essas conexões já formadas, vamos voltar aos municípios com uma proposta concreta: criar os núcleos do União Jovem, ouvir as necessidades de cada região e apoiar a organização política, social e cultural desses jovens. Queremos fortalecer a juventude do interior para que ela seja protagonista do desenvolvimento local.
ET – Como você avalia as políticas públicas que já estão sendo implementadas pelo Governo do Amazonas à juventude?
Neibe Araújo – São políticas muito assertivas e queremos trabalhar lado a lado com o governo para a disseminação dessas ações. O Programa Esporte e Lazer na Capital e Interior (Pelci), por exemplo, é uma política pública que vai além do segmento em que atua — ela trabalha cidadania, disciplina e pertencimento. O jovem que está num espaço esportivo está longe das ruas, do tráfico, da violência. O Passe Livre Estudantil é outro avanço do nosso governador, garantindo mobilidade e acesso à educação, por meio de recursos para a manutenção do benefício, via Sedurb e Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE). Sem contar os investimentos em cursos profissionalizantes por meio do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) e os laboratórios de robótica que estão transformando o ensino nas escolas públicas. Está sendo criado um ecossistema de oportunidades que precisa ser ampliado e fortalecido.

ET – Você falou na posse sobre transformar realidades. Como isso vai se concretizar na prática?
Neibe Araújo – Transformar realidades passa, primeiro, por escutar. Vamos fazer o que chamamos de “Roda Jovem”, que são encontros em escolas, comunidades, bairros, para entender os anseios da juventude local. Depois, a partir dessas escutas, vamos articular políticas públicas, parcerias com órgãos do governo e do setor privado, e promover capacitação. Nosso lema é simples: ninguém solta a mão de ninguém. A gente vai caminhar junto com cada jovem que quiser crescer, empreender, estudar, fazer a diferença. E quem estiver afastado da política, vamos trazer de volta — com propósito e acolhimento.
ET – Mas, como o União Jovem pretende atuar para evitar a apatia política entre os jovens?
Neibe Araújo – O maior antídoto contra a apatia é a representatividade. Quando o jovem se vê em espaços de poder, ele acredita que é possível. Quando ele vê que sua ideia é levada a sério, que sua realidade é debatida, ele se engaja. Por isso, vamos dar voz aos jovens de verdade, não só em eventos, mas nos espaços decisórios. A juventude não é o futuro — ela é o agora. E nós vamos mostrar que política pode, sim, ser participativa e transformadora.
ET – Na sua posse, a presença da presidente nacional do União Jovem, Carol Araújo, ajuda a reforçar a conexão entre Amazonas e o restante do país?
Neibe Araújo – Para mim, é uma grande honra ter como presidente nacional uma mulher como a Carol Araújo. Isso fortalece ainda mais a importância da representatividade feminina na política e nas lideranças juvenis. A Carol é uma inspiração — uma liderança firme, inteligente e comprometida com a juventude do Brasil. A presença dela na minha posse foi extremamente simbólica. Mostra que o Amazonas está, de fato, no radar nacional. Ela destacou algo muito importante naquele momento: “precisamos de líderes com visão e gestão, e temos isso aqui com o governador Wilson Lima”. Essa fala reforça que o nosso estado está alinhado com os propósitos da juventude nacional. Essa conexão com a direção nacional da União Jovem vai nos permitir trocar experiências, trazer boas práticas de outros estados e, principalmente, mostrar para o Brasil o que estamos construindo aqui com excelência. Queremos que o jovem do Amazonas tenha voz ativa em nível nacional — e com essa parceria, esse caminho está cada vez mais aberto.
ET – E qual o papel da mulher na sua gestão dentro do União Jovem?
Neibe Araújo – A Arianny Cidade é minha vice-presidente e é uma das maiores promessas da política amazonense. Ela representa a força feminina, a inteligência estratégica, a sensibilidade necessária. Estamos comprometidos em garantir que mais jovens mulheres ocupem cargos de liderança. Vamos criar espaços de empoderamento feminino, incentivar a formação de lideranças e combater qualquer tipo de machismo estrutural que ainda persista. A juventude que estamos construindo é inclusiva, diversa e plural.
ET – Em termos de legado, o que você espera deixar ao fim da sua gestão e como os jovens podem participar dessa nova fase do partido?
Neibe Araújo – Eu quero olhar para trás e ver que milhares de jovens passaram a acreditar em si mesmos, na política e no poder da coletividade. Quero que o União Jovem do Amazonas seja reconhecido como um movimento que mudou destinos, que revelou lideranças, que criou oportunidades reais. Nosso maior legado será esse: despertar o gigante que existe em cada jovem amazonense. O União Jovem está de portas abertas. Vamos caminhar juntos, construir juntos e mostrar que, sim, é possível fazer política com propósito, determinação e amor. A juventude é a força que move o mundo — e o nosso tempo é agora. Se vocês têm uma ideia, um sonho, um desejo de mudança, saibam que não estão sozinhos.
Leia mais: ‘TRE-AM tem propósito de que todo cidadão exerça a democracia’, diz presidente do TRE-AM
Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, acesse nosso canal no WhatsApp. Clique aqui e junte-se a nós! 🚀📱