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Sedecti

Amazonas elabora Plano Estadual de Bioeconomia para 2025

Plano valoriza produtos da floresta, prioriza cadeias sustentáveis e será destaque na COP30

Dra. Michele Aracaty Foto: Divulgação

O Amazonas está prestes a dar um passo importante rumo ao desenvolvimento sustentável com a elaboração do Plano Estadual de Bioeconomia. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) e visa fortalecer cadeias produtivas sustentáveis e valorizar os produtos da floresta.

A proposta envolve diretamente os 62 municípios do estado e deve ser oficialmente apresentada durante a Semana do Meio Ambiente, em junho. A expectativa é que o plano ganhe destaque internacional na COP30, que será realizada no Brasil em 2025.

Bioeconomia

Integrante do grupo de trabalho responsável pela construção do plano, a economista e professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Dra. Michele Aracaty, destaca que o estado segue uma tendência inaugurada pelo Pará, durante a pandemia, ao lançar seu próprio plano de bioeconomia.

“O Amazonas é o segundo estado da Amazônia a preparar e também dar publicidade ao seu plano de bioeconomia”, afirmou.

A construção do plano envolve articulação entre diversas secretarias estaduais, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a realização de consultas públicas nos municípios.

“Estamos fazendo a escuta dos atores sociais, que estão recebendo a minuta do plano e contribuindo com sugestões. É um processo coletivo e democrático”, ressaltou Aracaty.

Estado prioriza 14 cadeias produtivas sustentáveis

Um dos destaques do plano é a identificação de 44 cadeias produtivas e de produtos, das quais 14 foram eleitas como prioritárias para receber investimentos. Entre elas estão açaí, castanha, guaraná, copaíba, andiroba, borracha, pirarucu, piaçava, buriti, madeira, mel de abelha, cupuaçu, cacau e tucumã.

As cadeias produtivas priorizadas estão ligadas a setores estratégicos como alimentação e bebidas, cosméticos, higiene e limpeza, fitoterápicos, fitofármacos, nutracêuticos, madeira, artefatos de borracha, vestuário, calçados, artesanato e produtos culturais.

“São setores que vão trazer ganhos reais para quem mais precisa, especialmente os que estão na base da cadeia produtiva”, disse a professora da UFAM.

Inovação e resgate histórico no interior do Amazonas

Michele Aracaty também destaca o valor histórico e econômico de produtos como a borracha.

“O Amazonas já foi protagonista no ciclo da borracha. Retomar essa cadeia com inovação e sustentabilidade é também uma forma de resgate histórico e de geração de oportunidades no interior”, enfatizou.

Zona Franca de Manaus

O plano propõe um novo modelo de desenvolvimento regional, que complemente a Zona Franca de Manaus (ZFM) e leve renda e emprego a municípios que historicamente não se beneficiaram do polo industrial.

“Trata-se de identificar novas matrizes econômicas e construir um modelo endógeno de desenvolvimento que contemple o interior do estado”, reforçou.

Amazônia assume protagonismo na economia verde

Segundo Aracaty, o Amazonas se junta ao Pará e ao Amapá na vanguarda da bioeconomia na região amazônica.

“Esses estados estão apresentando soluções concretas para atrair investimentos ligados à economia verde e reduzir as vulnerabilidades sociais e econômicas da região”, concluiu.

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