A família da publicitária Juliana Marins, que morreu após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, acionou a Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro (DPU-RJ) para solicitar judicialmente uma nova autópsia no Brasil.
O pedido foi encaminhado à Justiça Federal, com apoio do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), vinculado à Prefeitura de Niterói. A solicitação visa esclarecer dúvidas sobre a causa da morte, apontada inicialmente como traumatismo por força contundente.
A informação foi confirmada pela irmã da vítima, Mariana Marins, por meio de um perfil nas redes sociais criado para acompanhar o caso. Em entrevista à CNN, ela afirmou que a família ainda aguarda uma resposta da Justiça, mas segue confiante no Judiciário brasileiro.
“Queremos uma nova autópsia para entender melhor o que aconteceu com Juliana. Infelizmente, convivemos com descaso do início ao fim desde o acidente. Nosso objetivo é apenas entender se tem algo que passou batido ou foi mal interpretado na primeira autópsia”, afirmou Mariana.
DPU confirma pedido judicial
A DPU confirmou, por meio de nota, que protocolou o pedido durante o plantão judicial no domingo (29). No entanto, a solicitação será analisada pelo juízo responsável natural do caso.
“A instituição segue acompanhando o caso e aguarda a manifestação do Judiciário quanto à petição apresentada”, informou a Defensoria.
Repatriação enfrenta dificuldades
Em uma publicação anterior, Mariana Marins relatou problemas para confirmar o voo de repatriação do corpo. Segundo ela, a companhia aérea Emirates, em Bali, não havia dado retorno sobre o embarque.
“Estamos tentando confirmar o voo que trará Juliana para o Brasil, para o aeroporto do Galeão. Porém, a Emirates de Bali não quer confirmar o voo. É descaso do início ao fim. Precisamos da confirmação do voo da Juliana urgente. Precisamos que a Emirates se mexa e traga Juliana pra casa!”, desabafou.
Juliana Marins era natural de Niterói (RJ) e morreu na sexta-feira (20) após despencar de uma altura de aproximadamente 300 metros. Ela estava em viagem pela Ásia desde fevereiro e já havia visitado países como Filipinas, Tailândia e Vietnã.
Resgate difícil e laudo inicial
O resgate do corpo levou quase quatro dias, devido ao terreno íngreme, pedras escorregadias e neblina intensa. A estrutura precária das operações locais dificultou ainda mais a remoção.
A autópsia realizada na Indonésia indicou traumatismo por impacto da queda como causa da morte. A conclusão dos testes toxicológicos ainda está em andamento, com previsão de até duas semanas, embora não haja suspeita de envenenamento.
Apoio do governo e homenagem em Niterói
A Prefeitura de Niterói custeou R$ 55 mil para cobrir os gastos com repatriação e sepultamento de Juliana. O velório será realizado em sua cidade natal.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou apoio integral à família por meio do Ministério das Relações Exteriores. Um decreto publicado no Diário Oficial da União também autorizou o custeio do traslado de corpos de brasileiros falecidos no exterior.
Como homenagem, o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), anunciou que o Mirante e a Praia do Sossego, em Camboinhas, receberão o nome de Juliana Marins. A iniciativa visa preservar sua memória e seu vínculo afetivo com o local.
Falhas de segurança no Monte Rinjani
A tragédia expôs falhas recorrentes nas trilhas do Monte Rinjani. Desde 2020, foram registradas oito mortes e cerca de 180 acidentes. Viajantes relatam ausência de sinalização, demora no resgate e falta de equipamentos como fatores que contribuem para os riscos no local.
(*) Com informações da CNN Brasil
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