O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira (6) manter a prisão do general da reserva Walter Braga Netto. Ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, o militar permanece detido em uma instalação do Exército no Rio de Janeiro desde dezembro de 2024.

Braga Netto é acusado de obstruir as investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na decisão, Moraes rejeitou o pedido de liberdade apresentado pela defesa. O ministro destacou que há fortes indícios da participação ativa do general na articulação do plano golpista durante o governo Bolsonaro.

“Ressalto que estão presentes os requisitos do art. 312 [CPP] em relação a Walter Souza Braga Netto, o que justifica a manutenção da custódia cautelar para assegurar a aplicação da lei penal e resguardar a ordem pública, em face de perigo gerado pelo estado de liberdade do custodiado e dos fortes indícios da gravidade concreta dos delitos imputados”, afirmou Moraes.

Durante as investigações, a Polícia Federal identificou que Braga Netto, réu no caso, tentou acessar informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo os investigadores, essa tentativa configura uma forma de interferência direta na apuração dos fatos.

Apesar das acusações, a defesa do general nega qualquer tentativa de obstrução e insiste na inocência do militar.

(*) Com informações da Agência Brasil

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