O vereador de primeiro mandato Aldenor Lima (União Brasil) apresentou, no último dia 5 de agosto, um projeto de lei para instituir o “Dia Municipal do Gato” em Manaus, a ser celebrado no dia 8 do mesmo mês. A proposta, que em tese teria caráter educativo sobre saúde e bem-estar animal, rapidamente se tornou alvo de críticas e abriu espaço para questionamentos sobre as prioridades do parlamentar na Câmara Municipal.

Embora Aldenor justifique a iniciativa como forma de conscientização da população sobre os cuidados com os felinos, a repercussão nas redes sociais foi majoritariamente negativa. Eleitores apontaram que o vereador estaria ignorando problemas urgentes da cidade, como infraestrutura precária, transporte público deficiente e falhas no sistema de saúde.

“Que absurdo elegermos um vereador para fiscalizar a prefeitura e criar leis relevantes, e ele apresenta isso”, escreveu um internauta. “É o máximo de contribuição que ele pode dar à causa animal, a qual ele tanto diz defender”, acrescentou outra pessoa.

O desgaste político do vereador também respingou na esposa, a deputada estadual Joana Darc (União Brasil), que ganhou notoriedade no Amazonas por levantar a bandeira da causa animal.

Nas redes, eleitores lembraram a promessa de construção de um hospital veterinário estadual, anunciada pela parlamentar, mas que até hoje não foi entregue. “Deveria ter o dia da inauguração do hospital veterinário, né? Cadê esse elefante branco? Ah, esqueci, só nas eleições… as promessas de sempre”, criticou uma seguidora.

Até mesmo simpatizantes da causa animal avaliaram a proposta como inoportuna. “Eu amo gatos, tenho 12 em casa, mas já existe o Dia Internacional e o Dia Mundial do Gato. O que falta é um hospital veterinário público para atender os pets. Isso, sim, faria diferença”, afirmou uma moradora.

A polêmica expõe um desafio político para Aldenor Lima: como consolidar sua atuação parlamentar sem ficar restrito a pautas simbólicas, enquanto a população cobra medidas concretas para problemas estruturais da capital.

Em um cenário de desgaste generalizado da classe política, iniciativas consideradas de “baixa relevância” podem custar caro a quem busca espaço em futuras disputas eleitorais.

Leia a proposta na íntegra:

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