Nas últimas 24 horas, ataques israelenses na Faixa de Gaza deixaram ao menos 59 palestinos mortos — entre eles, 23 que buscavam ajuda humanitária — e 224 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde do território, nesta sexta-feira (29). Com isso, o total de mortos desde o início da ofensiva ultrapassa 63 mil, incluindo 322 vítimas fatais por fome, das quais 121 eram crianças.
Desde 27 de maio, quando Israel adotou um novo sistema para distribuição de ajuda, já são 2.203 palestinos mortos enquanto buscavam auxílio humanitário, além de mais de 16.228 feridos nesse contexto, conforme os dados atualizados.
‘Zona de combate perigosa’
Nesta sexta-feira, as forças armadas de Israel declararam que a Cidade de Gaza é agora considerada uma “zona de combate perigosa”. No entanto, apesar do alerta, não houve uma ordem formal de evacuação imediata, mesmo diante da ameaça de uma nova ofensiva militar de larga escala na região.
Em comunicado oficial, os militares informaram que, a partir das 10h (4h no horário de Brasília), deixaria de valer a pausa tática diária aplicada à Cidade de Gaza. Essa pausa havia sido anunciada no fim de julho, com o objetivo de garantir o trânsito seguro de comboios humanitários da ONU e de ONGs internacionais em meio ao conflito.
Mesmo sob crescente pressão internacional e interna para encerrar a guerra, o Exército israelense anunciou na quinta-feira (28) que suas tropas continuam operando em diversas partes do território palestino.
Na quarta-feira (27), os militares já haviam afirmado que a evacuação da Cidade de Gaza seria “inevitável”, como parte da estratégia para tomar o controle da área, que ainda é considerada um dos últimos bastiões do Hamas. Em resposta à intensificação das ações israelenses, o Reino Unido declarou que representantes do governo de Israel não serão convidados para a feira de armamentos DSEI, prevista para acontecer em Londres entre 9 e 12 de setembro. Apesar disso, empresas israelenses ainda poderão participar do evento.
Enquanto isso, Gaza continua sem evacuação total e os civis enfrentam um agravamento das condições já precárias. Relatos apontam que Israel passou a utilizar robôs operados remotamente para demolir áreas residenciais com cargas explosivas de até sete toneladas, capazes de destruir bairros inteiros.
Mortes por fome em Gaza somam 322 em meio ao conflito
Ataques em Gaza deixam 59 mortos em 24h; total já passa de 63 mil, com 322 vítimas de fome, enquanto Israel amplia ofensiva.
Moradores descrevem o céu da Cidade de Gaza coberto por densa fumaça preta, enquanto fogem sob intenso bombardeio. Muitos se deslocaram para a região oeste da cidade, que também sofre ataques constantes. Sem rotas seguras ou apoio humanitário efetivo, os civis relatam abandono e total falta de proteção.
Com informações de Al Jazeera, The Guardian e AFP.
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