Conforme registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o suplente imediato de Rosinaldo Bual (Agir-AM), o ex-vereador Alonso Oliveira, atual titular da Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação de Manaus (Semtepi), poderá retornar ao parlamento.

O ex-parlamentar exerceu três mandatos na CMM, entre 2013 e 2016, 2019 e 2020, e 2023 e 2024. Advogado trabalhista e previdenciário há mais de 30 anos, também esteve à frente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) por dois anos, de 2021 a 2022.

O vereador Rosinaldo Bual (Agir-AM) foi preso preventivamente nesta sexta-feira (3), durante operação do Ministério Público do Amazonas (MPAM), que investiga um esquema de rachadinha na Câmara Municipal de Manaus (CMM). A Justiça já decidiu pelo afastamento de Rosinaldo Bual de suas funções parlamentares por 120 dias. Também determinou a quebra dos sigilos bancário e telemático, além do bloqueio judicial de R$ 2,5 milhões, com o objetivo de assegurar o ressarcimento aos cofres públicos.

Prisão e investigações

Rosinaldo Bual, de 49 anos, nasceu em Manacapuru e mora em Manaus. Casado e pai de três filhos, está em seu segundo mandato como vereador, reeleito em 2024 com 7.892 votos.

Segundo o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), promotor Leonardo Tupinambá, foram encontrados mais de R$ 2 milhões em uma conta bancária do parlamentar, destinada a receber valores ilegais dos pagamentos de assessores.

Além disso, a operação apreendeu dois cheques de quase R$ 600 mil, guardados em cofres, além de uma grande quantidade de dinheiro vivo, que precisou de máquina para contagem e uma arma de fogo, o que gerou autuação por posse irregular.

Uma grande quantidade de dinheiro vivo foi apreendida (Foto: Divulgação/MPAM)

O parlamentar é investigado por peculato, concussão, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Ao todo, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e dois de prisão.

“Um eventual esquema, eu digo eventual porque as investigações vão prosseguir depois do dia de hoje, da operação de rachadinha dentro da Câmara Municipal. Hoje nós apreendemos três cofres nos endereços em que cumprimos as buscas. Sendo dois cheques no valor de 500 mil reais endereçados a um dos investigados. E uma expressiva quantia em dinheiro que a gente ainda está contando hoje com o auxílio de máquinas”, afirmou Tupinambá.

Envolvimento da chefe de gabinete

Além do vereador, a chefe de gabinete dele também foi presa preventivamente. Ela é apontada como braço direito no esquema, responsável por operacionalizar o recolhimento dos valores desviados.

“Ela tinha papel central. Era quem fazia o contato direto com os servidores e cobrava a devolução dos salários, repassando depois ao vereador”, disse o coordenador da operação.

De acordo com as investigações, os valores desviados eram concentrados pelo núcleo de confiança do vereador e ocultados por meio de movimentações financeiras suspeitas.

A chefe de gabinete é apontada como braço direito no esquema (Foto: Divulgação/MPAM)

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