O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa neste domingo (9), em Santa Marta, na Colômbia, da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE).

Na semana passada, em entrevista a agências internacionais em Belém (PA), Lula afirmou que o encontro é o ambiente adequado para discutir a movimentação militar dos Estados Unidos (EUA) no Caribe e na costa da Venezuela.

“Só tem sentido a reunião da Celac, neste momento, se a gente for discutir essa questão dos navios de guerra americanos aqui nos mares da América Latina. Tive oportunidade de conversar com o presidente [Donald] Trump sobre esse assunto, dizendo para ele que a América Latina é uma zona de paz”, disse.

“Somos uma zona de paz, não precisamos de guerra aqui. O problema que existe na Venezuela é um problema político que deve ser resolvido na política”, acrescentou Lula.

Contexto: tensão no Caribe

A cúpula ocorre em meio a um cenário de tensão no Caribe, após o envio de tropas terrestres, submarinos e navios militares dos Estados Unidos à região.

O governo de Donald Trump chegou a bombardear embarcações, sob a justificativa de combater rotas de narcotráfico que abastecem o território norte-americano.

Já o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirma que há interesses dos EUA nas reservas de petróleo venezuelanas e que o reforço militar tem o objetivo de retirá-lo do poder.

Objetivos do encontro

A cúpula Celac-União Europeia reúne líderes dos 27 países da UE e das 33 nações da Celac. O foco é retomar o diálogo birregional e avançar nas negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.

Esta é a quarta cúpula Celac-UE e o décimo encontro entre as regiões desde 1999. Durante o evento, deve ser consolidada a Declaração de Santa Marta e o Mapa do Caminho 2025-2027, com metas para transformar o diálogo em ações concretas de cooperação.

Presidência e participação brasileira

A Colômbia ocupa a presidência pro tempore da cúpula em 2025, sucedendo Honduras. O Uruguai assumirá o posto em 2026.

O Brasil voltou a participar do fórum em janeiro de 2023, após três anos de ausência.

O encontro segue até segunda-feira (10), mas Lula participa apenas do primeiro dia e retorna a Belém para abrir a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

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