A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) respondeu, na madrugada desta terça-feira (2), às críticas dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre suas declarações a respeito do apoio do PL a uma eventual candidatura de Ciro Gomes (PSDB) ao governo do Ceará.
Em nota, Michelle questionou como poderia se sentir contente com o apoio do partido a alguém que constantemente xinga seu marido e que se orgulha de ações que levaram à inelegibilidade do ex-presidente.
“Como ficar feliz com o apoio à candidatura de um homem que xinga o meu marido o tempo todo de ladrão de galinha, de frouxo e tantos outros xingamentos? Como ser conivente com o apoio a uma raposa política que se diz orgulhoso por ter feito a petição que levou à inelegibilidade do meu marido e se diz satisfeito com a perseguição que ele tem sofrido?”, afirmou.
Michelle ressaltou que respeita a opinião dos enteados, mas destacou ter direito de expressar seu ponto de vista com liberdade e sinceridade. Ela ainda criticou Ciro Gomes, a quem responsabiliza pela narrativa que chama Bolsonaro de “genocida”, em referência às mais de 700 mil mortes por covid-19 durante seu governo.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou à CNN que conversou com Michelle na segunda-feira (1º) e que o episódio foi resolvido entre eles.
Crise no clã Bolsonaro
A tensão familiar se intensificou após a prisão preventiva de Bolsonaro em 22 de novembro, condenado a 27 anos de prisão por participação em um plano de golpe de Estado. A detenção do ex-presidente agravou disputas entre os herdeiros políticos do bolsonarismo.
A crise começou na última semana, durante um evento em Fortaleza (CE), quando Michelle criticou a decisão do PL de apoiar Ciro, citando precipitação do deputado federal André Fernandes (PL-CE). Em resposta, os filhos de Bolsonaro afirmaram nas redes sociais que a aliança teria sido desejo do próprio ex-presidente.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) classificou a fala da ex-primeira-dama como “injusta” e “desrespeitosa”, e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) destacou a importância de respeitar a liderança do pai e manter a união familiar.
Michelle, em sua nota, reforçou que Bolsonaro não havia expressado diretamente sua posição sobre o apoio a Ciro e pediu compreensão e perdão aos enteados, esclarecendo que não foi sua intenção contrariá-los.
Para tentar apaziguar o conflito, o PL agendou uma reunião de emergência nesta terça-feira (2), com o objetivo de alinhar posições e fortalecer a liderança de Flávio Bolsonaro.
(*) Com informações da CNN Brasil
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