Carlos Bolsonaro (PL-RJ) tornou público, nesta sexta-feira (12/12), um vídeo em que Jair Bolsonaro aparece dormindo enquanto enfrenta episódios de soluço. O vereador afirmou que a gravação não tinha sido produzida para divulgação, mas decidiu compartilhá-la por considerar que o estado de saúde do ex-presidente “não pode mais ser ignorado”.

Segundo Carlos, o pai tem apresentado um quadro clínico que exige “atenção contínua, 24 horas por dia”, e que há ocorrências mais graves do que as captadas no vídeo. Ele mencionou ainda riscos provocados pelo refluxo intenso e possibilidade de broncoaspiração, apontando para a necessidade de cuidados médicos constantes. Ele afirma que o fato foi registrado antes da prisão que chamou de “arbitrária”.

A publicação acontece no momento em que o Congresso discute alterações relevantes na legislação penal. Nesta semana, a Câmara dos Deputados aprovou o PL da Dosimetria (2.162/2023), que reformula o cálculo de penas em casos com múltiplos crimes e modifica regras de progressão de regime. A proposta — que segue para o Senado — pode ter efeitos sobre processos relacionados aos atos de 8 de janeiro e à tentativa de golpe, investigações nas quais Bolsonaro e aliados são alvos.

Paralelamente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Bolsonaro passe por perícia médica em até 15 dias, após a defesa solicitar autorização para uma cirurgia. Moraes destacou que, nos exames realizados antes da prisão em 22 de novembro, não foi identificada urgência cirúrgica e que a Polícia Federal mantém atendimento médico disponível de forma permanente. O ministro também registrou que, desde então, não houve relatos oficiais de emergências de saúde envolvendo o ex-presidente.

Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses em regime fechado por ter comandado uma tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022. Ele está instalado em uma sala especial na sede da Polícia Federal, em Brasília, onde tem recebido visitas de familiares e advogados — entre eles Michelle Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, autorizados por despachos recentes.

A defesa do ex-presidente afirma que seu estado piorou nos últimos dias e que a cirurgia de hérnia inguinal, associada às crises de soluço, exige que Bolsonaro seja internado por cinco a sete dias em hospital particular de Brasília. Os advogados reiteram também o pedido para que ele cumpra prisão domiciliar, alegando que o ambiente prisional seria incompatível com suas condições de saúde.

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