Nem todo negócio nasce de um plano estruturado, planilhas ou certezas. Alguns nascem de inquietações silenciosas, daquelas que insistem em não ir embora. A CPink Makeup surgiu exatamente assim, no intervalo entre o medo de começar e a vontade quase inevitável de tentar.
Camile Fernandes lembra que tudo começou de forma inesperada. O impulso vinha sempre que assistia a vídeos de outras lojas, histórias de superação e conquistas que pareciam distantes, mas ao mesmo tempo possíveis. “Eu me perguntava sem parar: será que se eu começar vai dar certo? Será que vou conseguir vender tudo? Será que as pessoas vão querer comprar de mim?”. O medo vinha forte, mas nunca foi suficiente para pará-la.
O que falava mais alto era a possibilidade. “E se eu conseguir? Já pensou como ia ser incrível?”. Esse pensamento se repetia, acompanhado de algo que ela define como indispensável desde o início. “Orações faziam parte de tudo, todos os dias. Era coisa de lei”.
A virada aconteceu em uma conversa simples, na casa da tia, Zay. Ali, Camile colocou em palavras tudo o que estava guardado. Ideias, sonhos, a imagem de uma loja que ainda não existia, mas que já parecia real. A empolgação crescia enquanto falava. Faltava apenas um detalhe decisivo: o nome.
Ela já era conhecida por Camile Pink, e sabia que o rosa precisava estar presente. Procurou nomes, pesquisou em aplicativos, testou possibilidades, mas nada parecia combinar. Até que, quase sem aviso, veio a resposta. “E se for CPink? Eu gostei. Combina comigo. C de Camile e Pink porque eu amo rosa e já sou conhecida assim”. A decisão foi imediata. “Gritei: tia, já sei, vai ser CPink”. E não saiu mais da cabeça.
Dias depois, Camile compartilhou a ideia com Davi Santiago, que assumiu a criação da identidade visual. O primeiro logo não era exatamente como ela imaginava, mas o processo foi sendo ajustado aos poucos. “Sem coisas delicadas não podia ser. Uma borboletinha, uns brilhos, uma letra delicada, uns corações”. No dia 20 de outubro de 2024, o resultado ficou pronto. Para ela, estava perfeito.
O passo seguinte foi colocar a marca no mundo. Instagram criado, logo no perfil, bio organizada, destaques e o primeiro vídeo de divulgação. Pouco tempo depois, veio um movimento que mudaria tudo. Em 15 de janeiro, Camile saiu do Amazonas. A viagem não era apenas deslocamento, era decisão. Em fevereiro, no dia 19, saiu do Brasil e teve contato direto com fornecedores internacionais. “Conheci chineses super fofos e engraçados, guianeses, alguns brasileiros. Tudo com uma linguagem diferente do que eu imaginava”.

No dia 20 de fevereiro, voltou para Manacapuru. Três dias depois, realizou a primeira venda. A partir dali, o que era sonho começou a ganhar forma concreta. Vieram desafios, contratempos e os perrengues comuns de quem empreende sozinho no início. Mas o negócio avançou. “Desde 2024 até os dias de hoje, tudo maravilhoso, para honra e glória de Deus”.
A CPink Makeup não nasceu grande. Nasceu com fé, persistência e decisão. Quando questionada sobre o segredo, Camile responde sem hesitar. “Fé, oração e Deus. A chave de tudo. Consagre a Ele todos os seus sonhos e tudo se tornará realidade”.
A história da CPink não é apenas sobre maquiagem ou vendas. É sobre o momento em que alguém escolhe acreditar mais no possível do que no medo. E sobre como, às vezes, um nome simples, uma conversa em família e a coragem de dar o primeiro passo são suficientes para colocar um sonho em movimento.

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