Com as eleições de 2026 no horizonte, o presidente Lula deve liberar pelo menos 22 ministros para concorrer a cargos eletivos, o que corresponde a mais da metade do primeiro escalão do governo.
No Planalto, a medida é considerada inevitável e faz parte da estratégia central para o projeto de reeleição do presidente.
Prazo legal para desincompatibilização
O prazo legal para a desincompatibilização se encerra em abril, seis meses antes do primeiro turno. Lula deixou claro: todos que desejam concorrer precisam deixar seus cargos e assumir publicamente suas intenções políticas.
O aviso foi feito durante um encontro na Granja do Torto, quando o presidente definiu 2026 como “o ano da verdade”.
A saída de ministros afetará setores-chave da administração e atingirá nomes próximos ao presidente. Lula exige lealdade, posicionamento definido e defesa das políticas do governo como um todo, não apenas de suas respectivas pastas.
Além do efeito na gestão, a movimentação terá forte repercussão política. Em proporção, a renovação de cargos supera mudanças observadas em pleitos anteriores, reforçando a importância estratégica do ano eleitoral de 2026.
Ministros cotados para concorrer
Entre os ministros cotados ou já confirmados como candidatos estão:
- Gleisi Hoffmann, de Relações Institucionais, que disputará a Câmara dos Deputados pelo Paraná;
- Fernando Haddad, da Fazenda, que avalia disputar o governo de São Paulo ou o Senado;
- Rui Costa, da Casa Civil, que irá ao Senado pela Bahia;
- Geraldo Alckmin, vice-presidente e titular da pasta de Indústria e Comércio, que avalia cenário entre São Paulo e a linha sucessória;
- Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, que disputará o Senado por Mato Grosso do Sul ou São Paulo;
- Márcio França, do Empreendedorismo, cotado para o governo de São Paulo;
- André Fufuca, do Esporte pelo PP, que concorrerá ao Senado pelo Maranhão;
- Sílvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos pelo Republicanos, que irá ao Senado por Pernambuco;
- Alexandre Silveira, de Minas e Energia pelo PSD, que disputará o Senado por Minas Gerais;
- Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, que concorrerá à Câmara dos Deputados por São Paulo;
- Luiz Marinho, do Trabalho, também candidato à Câmara por São Paulo; e
- Anielle Franco, da Igualdade Racial, que avalia disputar uma vaga no Congresso pelo Rio de Janeiro.
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