São Paulo (SP) – A prisão em flagrante do agente penitenciário José Ribeiro Apostolo Junior, de 42 anos, foi convertida para preventiva, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Ele é suspeito de balear e matar o torcedor do Palmeiras Dante Luiz Oliveira, da liderança da Mancha Alviverde, após a final do Mundial de Clubes.
Segundo o Instituto Médico-Legal (IML), o sepultamento da vítima está previsto para as 9h desta segunda-feira (14), no Cemitério da Saudade, em Caieiras, na Grande São Paulo.
Dante morreu após ser baleado durante uma confusão após a partida entre Palmeiras e Chelsea. O caso aconteceu na rua Palestra Itália, no bairro da Pompeia, zona oeste de São Paulo, na tarde deste sábado (12). O atirador foi preso após o crime.
Como aconteceu
A vítima, que foi atingida no tórax pelo agente de escolta e vigilância penitenciária da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), chegou a ser levada ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com a Polícia Civil, as primeiras informações são de que alguns torcedores duvidaram que o agente penitenciário fosse de fato palmeirense, já que ele não estava com a camisa do time, apenas com uma roupa verde sem identificação do clube.
José Ribeiro Apostolo Junior alega que chegou a pegar o celular para mostrar que ele era torcedor do clube alviverde, mas o aparelho foi jogado no chão. Com a confusão, segundo a Polícia Civil, alguém teria gritado algo semelhante a “roubo de celular”, o que provocou agitação dos demais.
De acordo com as imagens analisadas pela polícia, inicialmente um torcedor começa a correr atrás do agente penitenciário, que saca a arma e a aponta para o perseguidor. Ele parece desistir, mas, segundos depois, aparecem mais dois torcedores que perseguem o agente.
Quando o homem é alcançado, ele se vira e dispara uma vez, acertando o peito de Dante Luiz Oliveira, que cai e já não consegue se levantar. O suspeito foi contido pela Polícia Militar, que tirou a arma da mão do agente. Nesse momento, verificou-se que a arma não tinha mais munição.
Os torcedores que estavam agredindo José, segundo o boletim de ocorrência, passaram então a agredir os policiais. Com a presença de equipes da Cavalaria, da Força Tática e do Batalhão de Choque, o tumulto foi contido.
Depoimento
Em depoimento, segundo o delegado Maurício Freire, o agente teria dito que agiu em legítima defesa, já que estava sendo perseguido por uma multidão de palmeirenses que o acusavam de roubo de celular.
Dante Luiz era morador de Caieiras, um dos líderes de um setor da principal torcida organizada palmeirense, a Mancha Alviverde, e um dos diretores de um time de futebol amador da região, o Unidos da Praça Laranjeiras, que postou uma homenagem a ele nas redes sociais. Amigos e parentes também lamentaram a morte do torcedor.
O caso foi apresentado na Delegacia de Repressão a Delitos de Intolerância Esportiva (Drade). O agente penitenciário foi detido em flagrante, indiciado por homicídio doloso qualificado – por motivo fútil – e por tumulto, com base no Estatuto do Torcedor. A arma, uma pistola calibre 380, foi apreendida.
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