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CINE TOTAL

Filme de terror psicológico do AM tem inspiração em clássico “O Iluminado”

Dirigido, roteirizado e protagonizado por Breno Castelo, o filme mostra o melhor da produção local no gênero

Manaus (AM)- O programa Cine Total, transmitido pela Web TV Em Tempo, recebeu em estúdio o diretor, ator e roteirista amazonense Breno Castelo, que falou sobre a sua trajetória no cinema amazonense e projetos futuros.

O trabalho mais recente em que participou é o longa “Noite Escura da Alma”. Dirigido, roteirizado e protagonizado por Breno Castelo, a produção ficou quatro anos em produção e acompanha a história de Augusto, um empresário bem-sucedido que tem a sua “vida perfeita” transformada em um turbilhão de terror psicológico após uma visão perturbadora de uma profecia demoníaca.

Cine Total: Primeiramente gostaríamos que você nos contasse um pouco sobre o início no mundo do cinema. Como aconteceu sua entrada neste universo?

Breno: Tudo começou por uma paixão de infância e adolescência pelos filmes. A minha primeira oportunidade foi fruto do ‘Amazonas Film Festival’, que acredito que deveria voltar. Na época que o festival era grande, vieram grandes diretores e tinha uma premiação. Isso estimulava o cenário do cinema local. Trabalhar com o cinema era algo que já crescia na minha cabeça e comecei a comentar com os meus amigos. Em uma dessas reuniões, conheci o cineasta Sérgio Andrade- que estava no processo de criação do seu primeiro curta que havia sido contemplado pelo Festival – e essa foi a minha primeira experiência com o audiovisual amazonense.

A partir disso, comecei a entrar nesse universo. Fiz quatro ou cinco curtas em sequência e foi uma experiência muito legal no set e com a atuação. Depois fui estudar atuação em São Paulo e esse foi o meu começo no cinema amazonense.

Cine Total: Falando sobre o seu mais recente trabalho, o longa ‘Noite Escura da Alma’, que é um filme denso e pertence ao gênero do terror, algo diferente do que vimos normalmente no Norte. Como foi o processo de criação?

Breno: Sempre fui fã desse gênero cinematográfico mais simbólico e voltado ao lado psicológico. Acho que estava muito influenciado pelo filme ‘O Iluminado (1980)’, que é um dos meus filmes preferidos, por essa questão do personagem lidando com a própria alma em uma certa situação terror psicológico. Na época, queria fazer algo relacionado com o ‘Mito de Fausto’, que fala sobre o homem que vende a alma pelo sucesso e aquilo volta para cobrá-lo depois. Já tinha um esboço da ideia, comentei com a minha mãe e ela falou que se assemelhava com algumas questões do cristianismo, visto que todos os santos passam pela noite escura da alma.

A temática já me trouxe a questão de Prometheus que é punido diariamente no inferno, abrindo espaço para o surrealismo. A partir daí vi que queria fazer algo semelhante.

Cine Total: Como foi colocar todo esse projeto em prática?

Breno: Foram anos pesquisando sobre isso. É um processo que você tem que estar preparado e seguro no que deve ser feito. Nem quando se tem muitos recursos financeiros é possível fazer um projeto dessa dimensão, sem a ajuda de muitas pessoas. Como eu pesquisava bastante, já sabia que em um primeiro filme temos que priorizar fazê-lo com o mínimo de cenários possíveis. O primeiro filme do Quentin Tarantino, por exemplo, se passa 80% dentro de um galpão e quando eu escrevi o meu filme, 50% dele se passava dentro da casa principal.

Quando falo sobre ter bons amigos lembro muito de quando estava na produção do primeiro filme e a casa principal retratada era de alto padrão, só que estava com muitos problemas para conseguir o cenário. Uma semana antes de começar a filmagem, por coincidência encontrei um amigo que não via há três meses e comecei a conversar com ele, e logo me cedeu o cenário. Outro amigo me emprestou um escritório que tinha acabado de montar. A equipe foi formada por amigos que conheci em São Paulo e que estavam dispostos a trabalhar nesse projeto com poucos recursos, que chamamos de “Sistema de Guerrilha”. Então foi muito sobre a sorte de ter apoio de pessoas que acreditam em você.

Cine Total: Como foi para você se dividir entre as funções de diretor, roteirista e protagonista do filme?

Breno: Às vezes você cria na cabeça que o diretor tem que saber de tudo, mas não é bem assim pois tem toda uma equipe por trás. Tive alguns problemas com o diretor de fotografia que não queria a mesma coisa que eu imaginava. Enquanto eu queria dez enquadramentos de câmera, ele só queria três. Eu só queria fazer o filme que eu planejava, comecei a tomar frente disso, em seguida só ia para a frente das câmeras e fazia o meu papel como ator.

Cine Total: Sobre seus projetos futuros, podemos esperar mais produções densas nesse estilo ou pretende seguir outro sentido?

Breno: Em agosto, pretendo entrar na fase de pré-produção de um novo longa-metragem e começar a filmá-lo em meados de novembro e dezembro. Vai ser um filme do gênero ação e vou tentar fazer algo bem diferente, mas nada muito espalhafatoso. Vamos dizer que será uma versão mais contida de John Wick se passando na Amazônia, essa vai ser a pegada do projeto. Vai acompanhar a história de um assassino que vem realizar um serviço aqui e, seguindo as proporções, vou tentar atingir algo nesse gênero. O roteiro já está pronto e vou seguir essa mesma linha de me aprofundar nas três funções: diretor, roteirista e ator.

Confira o vídeo da entrevista:

https://youtu.be/EQa6VIosi9w

Conheça a obra de Breno Castelo:

https://www.youtube.com/watch?v=mw1u1efK77U

Sinopse: Augusto é um homem escolhido por deus para realizar uma missão mas, antes disso assim como Jesus ele sera sera testado no deserto e ou sairá purificado ou maculado, pois o caminho do divino não permite servir a dois senhores. O divino requer o abandono do humano e a pureza vem através da superação da aridez. Jesus só foi divino após cruzar o deserto, não cedendo as tentações do humano e matando ali o carpinteiro. Na década de 1950 nos Estados Unidos, filmes alternativos ou de baixo orçamento costumavam a ser exibidos à meia-noite nas televisões. Duas décadas depois, em Nova York, a prática foi levada aos cinemas, em sessões de filmes B, cult ou de contracultura, que ganharam o nome de “Midnight Movies”. As sessões a meia-noite era um lugar para filmes que caíam entre as rachaduras, porque eram muito estranhos ou muito exagerados ou muito experimentais. Então eles foram enviados para a noite, e lá encontraram seu público.

Edição Web: Bruna Oliveira

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Comentários:

  1. Acho muito Gratificante um Amazonense representando o nosso Estado, significa que o esforço, comprometimento e a nossa dedicação, valem muito a pena.
    Espero que ele continue nos representando. Nesse nosso conhecimento que as pessoas desconhecem, subestimando nossa capacidade.😉

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