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Preocupação

Chefe de direitos humanos da ONU mostra preocupação com eleições no Brasil

Em discurso nesta segunda (13), Michelle Bachelet disse estar preocupada com ataques contra congressistas e candidatos – especialmente afrodescendentes, mulheres e membros da comunidade LGBT+ – frente ao pleito de outubro

Foto: CNN

O futuro cenário turbulento das eleições presidenciais no Brasil tem ganhado repercussão internacional. A chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, mostrou preocupação, nesta segunda-feira (13), pelas eleições brasileiras que acontecerão em outubro.

Em discurso na abertura do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, a ex-presidente chilena disse que “ataques contra congressistas e candidatos – especialmente aqueles que são afrodescendentes, mulheres e membros da comunidade LGBT+ – frente às eleições gerais de outubro” são motivo de preocupação.

“Eu peço que as autoridades garantam o respeito aos direitos fundamentais e às instituições independentes”, declarou Bachelet, que também pontuou casos recentes de violência policial e racismo estrutural no país.

Em sua fala, ela também disse estar “alarmada” pelas “ameaças contra ambientalistas defensores dos direitos humanos e [contra] a população indígena”.

Não buscará reeleição

No mesmo discurso, Bachelet fez um anúncio surpresa de que não buscará um segundo mandato como Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Bachelet fez uma viagem à China no mês passado, pela qual foi criticada por grupos de direitos humanos e por alguns governos ocidentais, incluindo os Estados Unidos, que disseram que as condições impostas pelas autoridades chinesas à visita não permitiram uma avaliação completa e independente do ambiente de direitos.

“À medida que meu mandato como alta comissária está chegando ao fim, a 50ª sessão deste Conselho será a última que eu informo”, disse ela, sem dar uma razão.

Alguns diplomatas disseram que esperavam a permanência de Bachelet, ex-presidente do Chile, que é vista como próxima do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, no cargo após o término de seu mandato no final deste ano.

Houve murmúrios na sala do Conselho de Genebra quando ela fez o anúncio.

Em seu discurso, ela disse que seu escritório está trabalhando em uma avaliação atualizada da situação dos direitos humanos na região ocidental de Xinjiang, na China, onde há alegações generalizadas de que a maioria muçulmana uigur foi ilegalmente detida, maltratada e forçada a trabalhar.

A China nega todas as acusações de abuso em Xinjiang.

“Será compartilhado com o governo para comentários factuais antes da publicação”, disse ela sobre seu relatório, que deveria ser publicado meses atrás, sem dar um cronograma.

Kenneth Roth, diretor executivo da Human Rights Watch, chamou sua viagem à China de “desastre absoluto” e criticou Bachelet por usar o termo chinês “VETCs”, para centros de educação e treinamento vocacional, para descrever instalações de detenção em massa em Xinjiang.

Ela repetiu o termo em seu discurso nesta segunda-feira (13).

Sobre a situação dos direitos na Rússia, ela disse que a prisão arbitrária de um grande número de manifestantes que se opunham à invasão da Ucrânia era “preocupante”.

Bachelet também levantou preocupação com retrocessos nos direitos das mulheres e restrições ao aborto, referindo-se aos Estados Unidos, onde a Suprema Corte deve derrubar uma decisão histórica sobre direitos ao aborto em todo o país.

* Com informações do site CNN

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