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Contexto

“Assim que o caso Bruno e Dom passar, Amazônia será esquecida”, diz o presidente da ANPR

Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Ubiratan vê com preocupação o cenário que se formará se o Palácio do Planalto não dedicar especial atenção à Tríplice Fronteira (Brasil/Peru/Colômbia)

Foto: Divulgação

A não ser que o Governo Federal mude sua atual postura e adote medidas severas de combate ao crime organizado na região, é muito provável que “assim que o caso Bruno e Dom passar, a Amazônia será esquecida”, afirmou o especialista em assuntos indígenas, Ubiratan Cazetta, à Globo News, na noite de quinta-feira (15).

Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Ubiratan vê com preocupação o cenário que se formará se o Palácio do Planalto não dedicar especial atenção à Tríplice Fronteira (Brasil/Peru/Colômbia) após o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips na Terra Indígena Vale do Javari.

Outra autoridade que externou à Globo News sua preocupação com os acontecimentos do Javari foi o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, o crime organizado possui tentáculos políticos fortes na região que precisam ser combatidos. “Existe a falta de supervisão adequada na região”, comentou o ministro.

Bilhões perdidos

A escalada do crime organizado na Terra Indígena Vale do Javari e em praticamente toda a Amazônia brasileira começa a preocupar grupos, dentro e fora do país, que estão de olho nos números bilionários do mercado de carbono brasileiro.

A Coalizão Brasil, por exemplo, que reúne mais de 300 representantes do agronegócio e outros setores importantes, está assustada com a onda de violência na Amazônia, o que pode travar investimentos em futuros projetos de desenvolvimento econômico na região.

Igual ao Pará

Para ambientalistas, a violência com que o narcotráfico atua, principalmente, no Alto Solimões e no Vale do Javari, no Amazonas, já é semelhante a que grassa nas regiões rurais do Pará.

Na opinião deles, o quadro de terror pode travar investimentos internacionais que vinham sendo especulados envolvendo, sobretudo, a bioeconomia.

“Quem serão os malucos que irão investir numa Amazônia na rota de se tornar um imenso território tomado pela ilegalidade?”, estampou o conceituado jornal Valor Econômico.

Créditos de carbono

Como no Pará, especialistas advertem para o perigo de certas regiões do Amazonas se transformarem em áreas sem um mínimo de organização fundiária.

No Pará, estudo da Comissão de Combate à Grilagem aponta que a papelada de terras registradas em cartórios é quatro vezes o tamanho do Estado.

“Para quem serão pagos créditos de carbono se não se sabe quem é o dono da terra? Como fazer negócios nesta bagunça? Quem irá colocar recursos em bioeconomia ou em exploração legal de madeira?”, indaga matéria publicada no Valor Econômico.

Prefeitura seleciona

Por meio da Manauscult, em parceria com o Sebrae, a Prefeitura de Manaus divulgou a lista dos 180 selecionados no curso de “Elaboração de projetos para captação de recursos”, destinado a artistas manauenses.

A lista completa dos selecionados pode ser conferida pelo site: manauscult.manaus.am.gov.br.

A iniciativa é parte do Programa Municipal de Formação Artístico e Cultural (Promfac), que busca oferecer capacitação e qualificação profissional para os artistas, agentes e produtores culturais residentes em Manaus.

“Somos Ribeirinhos”

De volta a Manaus após 4 anos do último show, o cantor e compositor Nando Reis convoca os fãs para participarem de uma campanha em favor dos ribeirinhos atingidos pela cheia dos rios no Amazonas.

Os alimentos arrecadados serão doados para o projeto “Somos Ribeirinhos”, que ajuda a população do interior do Amazonas afetada pela enchente deste ano.

O artista conheceu o projeto pelo Twitter e pede para que o público leve um quilo de alimento não perecível e entregue na portaria do evento nesta sexta-feira, dia do seu show em Manaus.

Senadores virão

Na segunda-feira (20), o Senado vai se reunir para analisar o novo quadro que se formou com a descoberta dos assassinos de Bruno Ferreira e Dom Philips.

A tendência é que a comissão, formada na semana passada para investigar o desaparecimento dos dois, seja deslocada para o Amazonas com um extenso plano de trabalho.

De olho no crime

Autor da comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) quer a ampliação das atividades dos senadores no Vale do Javari, aprofundando investigações sobre o crime organizado.

Conforme Randolfe, os parlamentares devem mobilizar esforços para desnudar a caixa preta do crime organizado, do garimpo ilegal, das madeireiras ilegais e do narcotráfico na Tríplice Fronteira.

A comissão é constituída por Randolphe Rodrigues, Humberto Costa (PT-PE), Leila Barros (PDT-DF) e Eliziane Gama (Cidadania-MA), Fabiano Contarato (PT-ES), Telmário Mota (Pros-RR), Nelsinho Trad (PSD-MS) e Eduardo Velloso (União Brasil-AC).

Tebet balança

A estratégia de Lula para crescer no terceiro maior colégio eleitoral do país, o Nordeste, pode levar à “cristianização” da pré-candidatura à Presidência da República da senadora Simone Tebet dentro do MDB.

A estratégia lulista envolve conversas e acordos que podem resultar em alianças com lideranças do MDB na região, o que, se avançar, poderá esvaziar completamente a pré-candidatura de Tebet ao Palácio do Planalto.

O próprio Lula conduz diretamente os entendimentos com o MDB no Nordeste, onde visita a vários estados levando propostas de combate a fome na região.

Grana do Fundão

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é da ordem de R$ 4,9 bilhões o total dos recursos do Fundo Eleitoral que os partidos receberão para a campanha deste ano.

O União Brasil (União) será o mais aquinhoado, com R$ 782 milhões, seguido pelo PT (R$ 503 milhões), MDB (R$ 363 milhões), PSD (R$ 349 milhões, e o Progressistas, com aproximadamente R$ 344 milhões.

O Partido Novo é o único que renunciou ao mecanismo de financiamento público de campanha.

Primeiro debate

O primeiro debate entre os postulantes a presidente da República será realizado pela CNN Brasil, em 6 de agosto, com transmissão televisiva ao vivo e pelas plataformas digitais do site.

Lula e Jair Bolsonaro, por enquanto, não estão dispostos a participar do debate da CNN.

Distrito cerâmico

Avança a ideia da implantação de um distrito cerâmico oleiro na Região Metropolitana de Manaus (RMM) contemplando as demandas industriais de Iranduba e Manacapuru.

A ideia voltou a ser debatida na última segunda-feira na sede da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) entre o secretário Ângelus Figueira e membros do Sindicato da Indústria Cerâmica e Olarias do Amazonas (Sindicer-AM).

Conforme Ângelus, o setor gera quase 3 mil empregos no eixo Iranduba-Manacapuru.

Gás natural

Otimista, o vice-presidente do Sindicer-AM, Sandro Augusto Lima dos Santos, afirma que a implantação do distrito cerâmico oleiro avança para se transformar em pauta prioritária do Governo do Estado.

A propósito do distrito, Sandro afirma também ser importante o governo dinamizar o uso do gás natural para atender as novas demandas da RMM.

“A intenção é que a gente produza aqui no Amazonas a nossa linha de cerâmica branca, dado que se tem um custo de quase 70% só de frete para esse produto chegar ao nosso estado”, argumenta Sandro.

Fiscalização zero

Está se esgotando o prazo de vinte dias dado pelo MP-AM para que a Prefeitura de Humaitá explique o porquê do esvaziamento dos quadros de fiscais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente local.

A apuração da situação está a cargo do promotor de Justiça Weslei Machado, preocupado com a ausência de fiscais em um dos municípios mais visados pelos contrabandistas de ouro no Vale do Rio Madeira.

Leia mais:

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O Prato Cheio

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