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Crítica

“Não veio ao Amazonas se desculpar com as famílias de Bruno e Dom”, diz Marcelo Ramos sobre visita de Bolsonaro

O deputado federal pelo Amazonas ainda questionou a falta de atuação de Bolsonaro contra à fome e lembrou que o presidente já atacou a Zona Franca de Manaus

Manaus (AM) – O deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM) criticou, na noite deste sábado (18), a visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Manaus, dias após o assassinato brutal do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, executados em Atalaia do Norte, no interior do Amazonas. Em Manaus, o presidente participou de um evento religioso e de uma “motociata” ao lado de apoiadores.

“Ao contrário do que se esperava, o presidente Jair Bolsonaro não veio ao Amazonas se desculpar com as famílias de Bruno Pereira e Dom Phillips, assassinatos brutalmente em Atalaia do Norte”, criticou o parlamentar.

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram mortos no início do mês de junho no interior do Amazonas. Segundo um dos autores do crime, a motivação do assassinato de Bruno e Dom teria sido justamente a atuação deles na denúncia de acesso e exploração ilegal da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. Antes de morrer, o indigenista havia denunciado que estaria sofrendo ameaças na região, informação confirmada pela PF.

Combate à fome

Marcelo Ramos ainda questionou a falta de atuação de Bolsonaro contra à fome e lembrou que o presidente já atacou a Zona Franca de Manaus (ZFM), por meio de ações.

“[Bolsonaro] não veio anunciar nenhuma ação para a segurança pública ou de combate à fome, ou qualquer outro benefício à população, nem mesmo para falar que voltaria atrás nas ações que seu governo tem adotado contra a Zona Franca de Manaus”, afirmou.

As ações que o parlamentar cita são os três decretos federais que ameaçavam os mais de 100 mil empregos diretos e outros 400 mil indiretos gerados pelo Polo Industrial de Manaus (PIM). O Decreto nº 11.052 havia reduzido a alíquota em 25%. Já o Decreto nº 11.047 zerava a alíquota do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) em relação aos concentrados, e o Decreto nº 11.055 ampliava a redução geral do IPI de 25% para 35%.

Os efeitos dos três decretos federais estariam afetando negativamente a ZFM se não tivessem sido suspensos, no mês de maio, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A decisão foi proferida após o governador Wilson Lima ir a Brasília e se reunir com os ministros Alexandre de Moraes e Luiz Fux, com o objetivo de sensibilizar os ministros para que o texto da Constituição fosse respeitado.

Campanha eleitoral

O deputado terminou acusado o presidente Jair Bolsonaro de ter usado a visita a Manaus para realizar proselitismo político, que é o empenho de tentar converter pessoas em prol de determinada causa, doutrina, ideologia ou religião, e ainda fazer campanha para reeleição antecipada. “Veio mesmo fazer proselitismo político e campanha eleitoral antecipada”, finaliza Marcelo Ramos.

Deputado federal questiona motivo da visita do presidente a Manaus

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Comentários:

  1. Se desculpar de que cara pálida? o Cara já lamentou a morte dos dois, quem tem de pedir desculpas é quem causou o ato. Sempre narrativas.

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