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Com a Palavra

Zé Ricardo destaca projetos realizados durante mandato e defende a Zona Franca de Manaus

Nesta edição de "Com a Palavra", o Em Tempo conversou com o deputado federal Zé Ricardo (PT)

Foto: Em Tempo

Nesta edição de “Com a Palavra”, a equipe do Em Tempo conversou com o deputado federal Zé Ricardo, que é candidato a reeleição para o cargo atual, pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Durante a conversa, Zé Ricardo comentou sobre a situação atual do partido, tanto no âmbito nacional quanto regional. Também falou sobre os projetos realizados no mandato, e sobre a defesa à Zona Franca de Manaus (ZFM).

Primeiramente, eu gostaria que o senhor comentasse um pouco sobre as eleições desse ano, e o que motiva o senhor a tentar a reeleição para deputado federal.

Eu participo das eleições desde 1996, e já fui candidato várias vezes. No começo, eu não ganhava a eleição, só participava, e conseguia um bom resultado. Mas, depois, fui eleito vereador, e depois deputado estadual também reeleito, e agora, no mandato, deputado federal.

Então o que nos move é que a gente vê a importância da política, participar da política é fundamental e é necessária. Eu falo muito que os jovens precisam se interessar pela política. Esse é um ano de eleição, superimportante e é fundamental que a gente convide as pessoas um pouco afastadas da política para participar, para estar atento, e conhecer melhor quem é quem. No geral, há uma crítica muito negativa em relação à política e aos políticos, mas quando as pessoas vão começar a estudar melhor quem é quem? Qual é a prática? Como é que funciona? Às vezes até se anima mais e quer participar, e tentar influenciar para poder ter resultados melhores, e mais favoráveis para a população.

Como o senhor analisa esse processo de aceitação pelo PT por parte da população, após as eleições de 2018? O senhor acredita que a maneira da população enxergar a política nacional mudou?

Olha só Fernanda, eu vejo assim, nós temos no Brasil mais de 30 partidos e uma boa parte são partidos que estão funcionando, e que tem representação no Congresso. O Partido dos Trabalhadores é um partido que completou esse ano 42 anos. É um partido que tem uma história, foi fundado em 1980. É o partido que vem de baixo para cima, foi construído com a participação de trabalhadores, professores, intelectuais, trabalhadores operários, mas também pessoas ligadas aos movimentos sociais, e à igreja católica.

É um partido que tem uma inserção social muito grande, e chegou ao poder através do Lula. O Lula fez um bom governo, conseguiu reeleição, depois também a eleição da Dilma, e a reeleição da Dilma. Mas é claro, você sempre tem posicionamentos contrários na sociedade em relação aquilo que um partido faz. Então, o partido foi muito atacado, O PT foi atacado, o Lula foi impedido de ser candidato, e hoje já superou isso. A verdade prevaleceu, e Lula se defendeu de muitas fake News, muitas mentiras, e muitos processos também sem provas.

Então, Lula está aí na eleição, muito bem nas pesquisas, e a imagem do partido também. As pessoas foram vendo que na verdade todas aquelas mentiras, aquelas fake news contra o PT não eram exatamente isso. Então o PT foi quem implantou projetos sociais, que mudaram a vida das pessoas, que criou oportunidade para os jovens. Também criou muito mais vagas na faculdade, e nas escolas técnicas. Essa é a realidade aqui do nosso estado.

Foi o PT que prorrogou a Zona Franca. O Lula prorrogou 10 anos, e a Dilma mais 50 anos. Já o governante atual Bolsonaro está querendo destruir a Zona Franca de Manaus. Então, você vê como o PT contribuiu para o Brasil e sempre ajudou demais o nosso povo, o povo do estado do Amazonas.

A comissão federal aprovou a instalação de uma comissão para apurar as questões do desaparecimento do jornalista inglês Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira, e o senhor foi o escolhido para coordenar essa comissão. Como será o seu papel nesse cargo?

A nossa manifestação é de tristeza e solidariedade por esses acontecimentos. Mais duas pessoas foram assassinadas. Pessoas que, ao longo da sua vida, estavam lutando para melhorar a vida da população, dos indígenas, e dos ribeirinhos. O Bruno, que era funcionário da Funai, que é um órgão importante do Governo Federal, muito importante porque trata exatamente de garantir os direitos dos indígenas, garantir as políticas que possam garantir as terras indígenas, e em ajudar na fiscalização para que as terras indígenas não sejam ocupadas irregularmente, e em reconhecer os povos quando vai fazer demarcação de terra. Então, a Funai tem um papel muito importante.

Mas no atual governo, infelizmente, ela parou de fazer o seu trabalho. Funcionários acabam sendo demitidos porque questionam a falta de estrutura. O jornalista Dom fazia reportagens, estava escrevendo um livro sobre essa realidade amazônica, então eles foram assassinados como outras pessoas também, que historicamente sempre lutaram em defesa dos povos amazônicos indígenas ou não.

Por isso que agora a Câmara dos Deputados, diante desses fatos, aprovou a criação de uma Comissão Externa. Ela não é uma comissão tipo CPI, mas é uma comissão especial que vai acompanhar as investigações, em relação aos assassinatos, vai procurar ouvir lideranças indígenas, e ouvir segmentos da sociedade. Também vai procurar verificar o funcionamento da dos órgãos públicos.

Durante a sua gestão, o senhor propôs a criação de uma agência de desenvolvimento para captar recursos nacionais e internacionais. Como funcionaria esse projeto?

Olha só, eu fui candidato já a prefeito de Manaus e candidato a Governador. Então, sempre é uma oportunidade de a gente estar discutindo projetos, e propostas para o desenvolvimento tanto da capital como do estado. Nós precisamos de muitos investimentos. Quando você tem um governo federal que se preocupa com o desenvolvimento, você já tem um passo importante que você tem disponibilidade de recursos para investir. É o que aconteceu muito no governo Lula e Dilma, porque investiram na energia, tanto que foi construído o gasoduto para trazer o gás de urucu para Manaus.

Foi construído o Linhão de Tucuruí para trazer energia lá do Pará também pra Manaus, e aqui ele vai ser esticado até Roraima. Você teve investimentos na construção de portos, ampliação do aeroporto nosso. A Dilma tinha um projeto chamado Amazônia Conectada, a palavra internet para todos os municípios. Então, você tem uma ação do governo pensando no desenvolvimento.

Mas os governantes locais, o governador e o prefeito, têm que buscar também investimento. Você tem que criar agências de desenvolvimento estadual, e quem sabe municipal. Nós temos que ir atrás, já que o Amazonas depende da Zona Franca de Manaus, só que nós podemos atrair mais um empreendimento. Se você tem uma agência de desenvolvimento estadual, por exemplo, que ela vai buscar os interesses para fazer investimentos em áreas estratégicas aqui do nosso estado, você vai estar atraindo investimentos que vão gerar emprego, arrecadação pública, e oportunidades. Quem sabe desenvolver produtos novos, principalmente da biodiversidade, para cuidar da produção de alimentos. Nós temos todo um potencial enorme, uma lista enorme de itens na área da alimentação, começando com peixe, e tantas frutas que o mundo inteiro tem interesse.

Falando agora sobre as eleições para o governo do Amazonas: o PT terá um candidato majoritário ou estenderá o apoio para alguma chapa?

O interesse é meu, como membro do Partido dos Trabalhadores filiado há muitos anos. Não só interesse, mas sempre defendi que o PT tivesse candidato próprio à governo do estado. No ano passado, meu nome foi colocado em pesquisas, e me colocou numa posição bastante positiva. Mas, desde o ano passado, quando o Lula foi libertado, a estratégia do Partido dos Trabalhadores, a nível nacional, a prioridade é eleger o Lula. A segunda prioridade é eleger deputados federais e senadores que possam dar apoio político no Congresso Nacional, porque para você provar uma mudança na constituição, aprovar boa parte dos projetos de interesse do governo, o governo tem que ter uma maioria no congresso. Então, houve uma indicação de prioridade para que eu fosse candidato a reeleição. Por isso sou pré-candidato a deputado federal.

Ao mesmo tempo, está me defendendo uma candidatura ao governo. Tinha a indicação do ex-senador João Pedro, que já foi vereador, deputado estadual e senador. Ele também já presidiu o Incra, e a Funai nacional, e é uma pessoa com grande experiência. Mas, a direção nacional está dialogando com outros partidos, com a possibilidade de apoio político para a presidência. Então, hoje não tem nenhuma outra indicação, até agora. Formalmente, o PT não vai ter a indicação de nomes para governador.

Se vai ter uma aliança com outros pré-candidatos ou aliás com partidos e, que tem pré-candidato aqui, eu não sei, isso está sendo discutido. Acho que o próximo mês vai ter uma decisão sobre isso aí.

A merendeira Luciana Costa pergunta: candidato, como o senhor analisa o cenário político no Amazonas?

Ah muito bem, agradeço aí a Luciana pela pergunta. Ora, hoje nós temos no Amazonas uma eleição onde vamos ter a possível candidatura de reeleição do atual governador, temos aí a candidatura também do ex-governador que é Amazonino, tem uma pré-candidatura também de um outro ex-governador que é o Eduardo Braga, e tem outras candidaturas colocadas.

O que eu vejo é que talvez não vai ter grandes mudanças desse momento político que nós estamos vivenciando atualmente no estado. Vejo o governo do estado, o governador atual, um posicionamento pró-Bolsonaro. Em relação aos outros pré-candidatos, eu não vi ainda uma posição, não vejo grande mudança, no meu olhar, em relação a expectativa que a população teria de ter desenvolvimento mais amplo.

O Governante está preso à Zona Franca e a Zona Franca está sendo atacada neste momento. Portanto, ameaçando a economia do estado do Amazonas.

A cobradora Aline Cajueiro pergunta: candidato, o senhor tem alguma coisa a falar sobre os ataques à Zona Franca de Manaus?

Ah muito bem, a gente agradece também à Aline pela pergunta. Essa é uma preocupação que, a cada dia, as pessoas vão percebendo como o momento é grave. Por que que é grave? Porque a Zona Franca é a área de incentivos aqui de Manaus, tem os incentivos do estado. Estão garantidos na constituição os incentivos da Zona Franca, e quem garantiu a continuidade do incentivo foi o Lula, quando ele assumiu que o incentivo ia acabar em 2013. Então, o Lula apresentou o projeto, e conseguiu esticar 10 anos, de 2013 a 2023.

A Dilma no governo dela também apresentou um projeto para ampliar mais o prazo e, com isso, conseguiu esticar mais 50 anos. Então assim, nós temos na constituição a garantia dos incentivos. Só que o tempo todo, o governo atual está atacando para tirar incentivos, e para diminuir as vantagens das empresas de Manaus.

Por isso que é importante a gente usar os incentivos para poder ampliar o leque de produtos que a Zona Franca e o Amazonas podem produzir. Não vamos achar que isso vai ser eterno, por enquanto até 2073 o incentivo. Mas, uma canetada do ministro pode criar inviabilidades como já está acontecendo. Por isso que eu vou continuar defendendo a Zona Franca, mas também defendendo outros segmentos produtivos para gerar emprego.

Como deputado federal, quais ações e projetos que o senhor gostaria de destacar para população conhecer mais sobre seus feitos?

 A gente participou nesse tempo de mandato de deputado federal de todos os debates em defesa, por exemplo, dos trabalhadores. A gente lutou muito para ter o piso salarial da enfermagem, foi aprovado agora recente. Nós lutamos também pelos direitos dos agentes comunitários de saúde. Conseguimos aprovar no congresso e, eu fiz várias audiências também inclusive em Manaus, para o FUNDEB, o Fundo para o Desenvolvimento da Educação, que é o dinheiro para pagar os professores.

A gente lutou muito, nesse período da pandemia, aprovando projetos para ajudar a população que muitas vezes ficava sem renda. Então um exemplo, o auxílio emergencial, eu apresentei um projeto para ter o pagamento de um salário mínimo paras famílias. O governo queria pagar só R$ 200, e no final foi aprovado R$ 600. Então, esse é um projeto que nós defendemos. Depois para ajudar os agricultores, então foi um projeto chamado Assis de Carvalho para ajudar os agricultores familiares que deixaram de vender e produzir na pandemia.

Também os trabalhadores da cultura. Todos os eventos foram suspensos, e agora os eventos estão todos liberados. Embora a pandemia ainda não acabou 100%. Mas, teve a lei Aldir Blanc, que a gente, da bancada do PT, lutou muito, assim como a Lei Paulo Gustavo que foi aprovada e o Bolsonaro vetou agora recente. Eu apresentei vários projetos na área da educação, assim como da saúde. Nós temos um uma lei aprovada recente que eu sou um dos autores junto com toda a bancada do PT que é o auxílio é o Vale Gás para tentar reduzir o valor do botijão de gás para população mais pobre. Aqui no Amazonas tem milhares de famílias recebendo Vale Gás que eu sou um dos autores desse projeto que é lei e está sendo já cumprido com recursos.

A gente defendeu muito políticas para enfrentar a fome que agora voltou. Neste momento, eu estou participando da frente parlamentar de defesa indígena. Eu fui nomeado para acompanhar esses acontecimentos em Atalaia do Norte. Assim como eu faço parte da comissão de educação, que a gente vai conseguir aprovar vários projetos, em conjunto, e da comissão de desenvolvimento urbano, onde a gente cobrou recursos para investir na construção de casas. O Lula tinha Minha Casa Minha Vida e o governo atual acabou, e três anos e meio se passaram e não construiu uma casa. E sou também da comissão da Amazônia.

A gente está discutindo os grandes projetos para o estado do Amazonas também. Então assim, eu não falto, sou aquele deputado que está sempre presente, sempre prestando contas em cima da minha Kombi. Por isso que eu estou toda a semana em algum lugar de Manaus ou do interior, em cima da Kombi, conversando com o povo, e prestando contas. Fazer o que o Praciano sempre fez. Praciano foi vereador, foi deputado federal e ele fazia isso, ele tinha uma Kombi lá e prestava contas. Eu aprendi com ele.

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