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Auxílio

Câmara pode acelerar PEC que prevê benefícios bilionários

A proposta, aprovada pelo Senado na quinta-feira (30), institui um estado de emergência para permitir que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fure o teto de gastos

Brasília (DF) – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estuda anexar a PEC (proposta de emenda à Constituição) que autoriza bilhões para caminhoneiros, taxistas e Auxílio em ano eleitoral a um texto sobre biocombustíveis que tramita em uma comissão especial na Casa.

A informação foi divulgada pelo líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), em uma rede social.

“A PEC dos benefícios aprovada no Senado será votada na Câmara em rito a ser decidido na reunião de líderes com Arthur Lira nesta segunda [27]”,

escreveu —em uma versão posterior do texto, Barros suprimiu o nome do presidente da Câmara, mas manteve as demais informações.

Ele indicou que a ideia é apensar o texto à PEC 15, que trata de biocombustíveis, e votar sem alterações os textos aprovados no Senado. Segundo Barros, o relator dessa PEC na comissão especial da Câmara, deputado Danilo Forte (União-CE), ainda está analisando a técnica legislativa.

A proposta, aprovada pelo Senado na quinta-feira (30), institui um estado de emergência para permitir que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fure o teto de gastos e abra os cofres públicos a pouco mais de três meses das eleições.

A PEC dá aval ao governo para turbinar programas sociais até o fim do ano sem esbarrar em restrições da lei eleitoral, que existem para evitar o uso da máquina pública em favor de algum candidato. Bolsonaro ocupa o segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Essa PEC, então, seria apensada à proposta que busca preservar um regime favorecido aos biocombustíveis —que poderiam ter perda de competitividade com as medidas para reduzir o custo da gasolina e do diesel aprovadas recentemente.

O texto tramita em uma comissão especial na Câmara, após ser aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) no dia 20 de junho. Regimentalmente é possível apensar uma PEC a outra já tramitando, desde que haja pertinência temática.

A PEC traz medidas que terão um custo total de R$ 41,25 bilhões —valor maior que os R$ 38,75 bilhões acertados na véspera, em mais um movimento de aumento da fatura. Quando as medidas para atacar a alta de combustíveis começaram a ser discutidas, o gasto extra era projetado em R$ 29,6 bilhões.

O texto prevê a ampliação temporária do Auxílio Brasil em R$ 200, levando o benefício mínimo a R$ 600 até o fim do ano. O texto também autoriza o governo a zerar a fila do Auxílio Brasil, criar um auxílio para caminhoneiros autônomos e dobrar o valor do Auxílio Gás.

Os senadores também incluíram um benefício de R$ 2 bilhões a taxistas e ampliar em R$ 500 milhões os recursos para o programa Alimenta Brasil, que financia a aquisição de alimentos para doação a famílias de baixa renda.

A proposta foi aprovada em primeiro turno por 72 votos a favor, inclusive da oposição, e apenas 1 contrário, do senador José Serra (PSDB-SP). No segundo turno, foram 67 votos a 1. Eram necessários 49 votos favoráveis nas duas rodadas de apreciação. A PEC agora segue para a Câmara dos Deputados.

*Com informações da Folha

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