Atualmente no Brasil, há 66,6 milhões de pessoas inadimplentes no país, o equivalente a 31% da população. É o maior contingente absoluto desde o começo da série histórica, iniciada em 2016. É o que revela a pesquisa do Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, divulgada nesta segunda-feira (11).
Há mais 4 milhões de nomes negativados na comparação anual e mais de meio milhão somente em relação a abril deste ano, segundo a pesquisa. Este aumento ocorre em meio ao descontrole inflacionário, com o país há 10 meses com a inflação acima de dois dígitos, e à escalada da taxa Selic, que saiu de 2% em março de 2021 e chegou ao patamar de 13,25% em junho deste ano.
Com a perda do poder de compra e a queda na renda dos trabalhadores, as famílias brasileiras sentem mais dificuldade para fechar as contas no azul no fim do mês, principalmente as de menor renda. Contrair novas dívidas também se torna mais desafiador, ao passo em que o crédito está mais caro em razão do aumento dos juros.
Não por acaso longas filas têm se formado nas portas dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAs), com centenas de famílias na esperança de serem inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) a fim de conseguirem acesso a programas sociais do governo, como o Auxílio Brasil.
A pesquisa revela que a maioria das dívidas se concentra no segmento de bancos e cartões, que representa 28,2% do total. Em seguida aparecem as contas básicas como água, luz e gás, com 22,7%. Em terceiro lugar ficam os setores de varejo e financeiras, com 12,5% cada um, seguido dos serviços (10,8%), telefonia (7,1%) e seguradoras (2,2%).
Na análise por estado, São Paulo concentra o maior número de inadimplentes (15,6 milhões), seguido pelo Rio de Janeiro (6,7 milhões), Minas Gerais (6,3 milhões), Bahia (4,1 milhões) e Paraná (3,5 milhões).
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostrou cenário parecido com relação ao patamar de brasileiros endividados. O percentual de famílias endividadas atingiu 77,3% em junho, o terceiro maior nível da série histórica, iniciada em 2010.
As duas maiores taxas foram observadas em abril e maio, de 77,7% e 77,4%, respectivamente. Já o percentual de famílias com dívidas em atraso foi de 28,5%, quarta maior taxa já registrada na série histórica.
*Com informações do IG da Economia
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