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TRAGÉDIA

IML libera corpo de criança errada e família descobre ao abrir caixão; veja

Polícia Civil diz que troca de corpos aconteceu por conta de engano no reconhecimento

'A gente sabia que era um processo, mas não que seria esse transtorno todo', afirmou padrinho.

Petrópolis (RJ) – O Instituto Médico-Legal (IML) de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, liberou o corpo errado de uma criança e a família só descobriu a troca dos corpos quando chegou ao velório da menina Helena, de 1 ano e 11 meses.

Infelizmente, outra família reconheceu a nossa Helena. Os nomes eram semelhantes, mas a família reconheceu errado. É onde está tendo essa confusão. Reconheceram como deles e a nossa Helena sumiu. A gente ainda não sabe”, contou Guilherme Felicíssimo, padrinho da criança.

Segundo a Polícia Civil, a troca de corpos aconteceu por conta de um engano no reconhecimento da família feito por um primo.

Helena Leite de Carvalho, de um 1 ano e 11 meses, é uma das vítimas dos temporais que devastaram Petrópolis. Foto: Arquivo pessoal

Guilherme afirmou que a família esteve desde quarta-feira (16) no IML para reconhecer a criança. Na quinta-feira (17), conseguiu a documentação.

Apesar disso, a criança que chegou ao velório não era Helena Leite de Carvalho Paulino.

A mãe veio aqui ontem e reconheceu: ‘OK, é a minha filha’. Na hora de mandar, mandaram o corpo errado. Descobriram na hora que chegou lá, a mãe chegou lá e falou: ‘não é a minha filha’. Ela reconheceu aqui, mas mandaram o corpo errado. Ela chegou lá e na hora de velar não era a filha dela“, contou.

O corpo da outra menina Helena, que foi liberada por engano para o velório, chegou ao IML escoltado pela polícia por volta das 12h10 para a troca ser realizada.

Helena era afilhada de Maria Eduarda Carminate de Carvalho, de 17 anos, a Duda, que já teve o corpo reconhecido. 

Em uma das cenas mais marcantes da tragédia de Petrópolis, a mãe da adolescente, Gizelia de Oliveira Carminate, de 36 anos, usou uma enxada para cavar a lama e tentar encontrar os parentes soterrados.

A família se preparava para o aniversário de 2 anos da menina, que seria no dia 17 de março.

É um sofrimento danado, a gente está nessa batalha desde quarta-feira, desde quando a gente, infelizmente, achou os corpos sem vida. Mas a gente achou. A gente sabia que era um processo, mas não que seria esse transtorno todo“, disse Guilherme.

Giselli Carvalho perdeu a filha no temporal. Foto: Redes sociais


9 anos para engravidar

Em entrevista ao g1, a mãe de Helena contou que demorou 9 anos para engravidar da menina.

Às vezes acho que é um pesadelo, que vou acordar e ela vai estar aqui. Demorei nove anos para engravidar, quis fazer as coisas certinhas para ter condições, e só aproveitei a minha filha um ano“, disse Giselli Carvalho.

Giselli disse que só queria chegar em casa e ver que estava tudo bem no meio da chuva que tomou a cidade.

Ela foi a pé do Cascatinha, onde trabalha, até o Morro da Oficina, onde morava com a família.

No meio do caminho, conseguiu falar com um vizinho que contou sobre o desabamento.

O número de mortos chegou a 123, segundo o Corpo de Bombeiros. Segundo o IML, há 79 mulheres e 41 homens entre as vítimas.

Dessas, 21 são menores de idade. Ao todo, 70 corpos foram identificados, e outros 36, liberados.

O IML recebeu ainda partes de outros dois corpos – nesse caso, não é possível identificar se são de homem ou de mulher, razão pela pela será preciso fazer coleta de material genético de parentes.

Até esta quinta-feira (17), o IML tinha apenas um caminhão frigorífico para armazenar os corpos. Nesta sexta, com o reforço da infraestrutura, o órgão passou a contar com dois caminhões e dois contêineres frigoríficos.

*G1

*Edição Web: Bruna Oliveira

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