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celebração

Dia do profissional de educação física: AM conta com mais de 7 mil que atuam na saúde física e mental

Maioria dos profissionais atuam em espaços fitness, na educação física escolar, na orientação de práticas esportivas e no ambiente hospitalar auxiliando na recuperação de pacientes

Profissional de educação física conta com conhecimento sobre instrumentos multifatoriais da saúde Foto: Arte/Ítalo Euclides

Manaus (AM) – A prática de atividades físicas está relacionada ao bem-estar e a melhora da saúde mental e corporal. O exercício físico traz benefícios que vão além da estética, tornando-se questão de saúde pública. Já o responsável por promover a saúde e a qualidade de vida por meio da exercícios é o profissional de educação física, que celebra seu dia neste dia 1ª de setembro (quinta-feira), data que coincide com a Lei que regulamentou a profissão.

No Amazonas, há mais de 7 mil profissionais e 400 estabelecimentos registrados no Conselho Regional de Educação Física da 8ª Região (CREF8). Hoje, existe a maior concentração de profissionais atuando em espaços fitness, na educação física escolar, na orientação de práticas esportivas e no ambiente hospitalar auxiliando na recuperação de pacientes.

O profissional de educação física conta com conhecimento sobre instrumentos multifatoriais da saúde. Em Manaus, a bacharel em educação física, Juliana Aquino, explica que o profissional precisa cada vez mais estar capacitado para orientar e motivar alunos para além da esfera de aptidão física.

“Atuamos para motivar pessoas para a perca de peso, melhorar a qualidade de vida, e cada vez mais para cuidar da saúde mental. Hoje temos mais alunos com depressão e problemas sociais, nosso trabalho também tem sido, para além de melhorar o condicionamento físico, colocar em prática técnicas voltadas a necessidade de cada um, com o principal objetivo de promover a saúde, seja física ou mental”,

explica.
A bacharel em educação física Juliana Aquino atua na área como personal trainer Foto: Divulgação

Os profissionais de educação física contam com conhecimento para atuar com diferentes faixas etárias e de diferentes aspectos sociais, desde atletas a pessoas que estão buscando deixar uma vida sedentária. Juliana aponta que lidar com diferentes casos é desafiador, mas gratificante. Como profissional, ela enxerga que o profissional precisa se adequar as necessidades de cada aluno, sendo um trabalho para além de ensinar apenas um movimento ou a progressão de carga.

“Todos os dias é um desafio diferente, pois trabalho com todos os públicos, idosos, pessoas com doenças, dificuldade de locomoção, crianças com obesidade, até atletas. Tudo isso é muito mais que o físico, lógico que essa é ainda a principal procura, mas lidamos com pessoas e por isso precisamos nos adaptar”,

conta.

Na academia, a profissional também explica que procura realizar a inclusão dos alunos, considerando que a prática da atividade física propõe também a socialização. “Busco realizar a inclusão de todos, com programações de acordo com o calendário, os alunos amam. Creio que trabalhar com ética, responsabilidade e procurar se adequar as mudanças geracionais é o caminho para o desenvolvimento do profissional hoje.”

Malefícios da vida sedentária

O profissional de educação física segue uma carreira na área da saúde. Estudos apontam que a prática de exercícios físicos orientada estimula o organismo a construir condições para combater enfermidades como diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade, entre outras. Além disso, o estilo de vida sedentário pode contribuir para desenvolvimento de doenças coronárias, infarto e câncer.

“Todos os dias devemos construir saúde e não tratar doenças. A educação física e os esportes são um mercado que abre possibilidades para mudar vidas, ensinando desde a alimentação, a ter disciplina, a inclusão e os desafios. A musculação é uma atividade física que previne a depressão, libera hormônios do bem-estar, previne doenças, melhora a qualidade de vida, além de beneficiar a vida sexual. A prevenção é muito mais barata do que a correção e menos dolorido”,

pontua.

Considerando os impactos da falta de atividade física na população mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que até 5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas se a população em todo o mundo fosse mais ativa. Estatísticas da OMS, divulgadas em 2020, mostram que um em cada quatro adultos e quatro em cada cinco adolescentes não praticam atividade física suficiente. Globalmente, estima-se que isso custe US$ 54 bilhões em assistência médica direta e outros US$ 14 bilhões em perda de produtividade.

“Qualquer tipo de atividade física, de qualquer duração, pode melhorar a saúde e o bem-estar, mas quanto mais exercício melhor”,

disse Ruediger Krech, diretor de Promoção da Saúde da OMS.

“Se você precisa passar muito tempo sentado, quieto, seja no trabalho ou na escola, deve praticar mais atividade física para combater os efeitos prejudiciais do comportamento sedentário.”

Importância do profissional

O profissional de educação física atua hoje na busca de melhorar a saúde física e mental da população Foto: Divulgação

A atuação do profissional de educação física sempre foi essencial, mas alcançou ainda mais relevância diante do cenário de pandemia. O presidente do CREF8, Johnson Furtado, declara que o período pandêmico mostrou a relevância social do profissional para quem ainda desconhecia.

“Vários estudos apontam a importância da prática de atividade física regular para ajudar a controlar ou prevenir alguns fatores de risco e comorbidades relacionadas à Covid-19, bem como auxiliar na recuperação de quem teve a doença. Além do aspecto estético, as pessoas olharam com mais atenção para os benefícios físicos, mentais e sociais do exercício, e o profissional de educação física tem um papel fundamental nesse processo”,

comenta o presidente do órgão destinado a orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício das atividades dos profissionais nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima.

Mesmo considerada importante, a maioria dos brasileiros vive uma vida sedentária, ou seja, não praticam qualquer tipo de exercício físico regulamente, além de permanecerem muito tempo sentado e não terem a disposição para realizar atividades simples do cotidiano.

“Uma das grandes missões que temos é a de convencer a população a praticar atividade física. Dados de um levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz apontam que o sedentarismo atingiu mais de 60% dos brasileiros durante o período da pandemia de Covid-19. Essa é uma informação muito preocupante, pois uma sociedade sedentária é uma sociedade doente”,

explica Johnson Furtado.

Hoje cada vez mais profissionais da educação física precisam atuar não só com a saúde física, mas também mental dos alunos. “Com a vida corrida de hoje em dia, é muito comum que as pessoas apresentem sinais de estresse, ansiedade e depressão. Vários estudos apontam que a prática de atividade física contribui para a diminuição desses sintomas com a liberação de substâncias responsáveis por sensações de alegria e bem-estar, além de proporcionar a socialização e a convivência, que também auxiliam no aspecto mental”, destaca.

“No cenário pós-pandêmico, o profissional de educação física tem o papel não só de conduzir a execução correta dos exercícios, mas guiar o aluno na busca por uma atividade que seja prazerosa e contribua para a recuperação da sua qualidade de vida e felicidade. A pandemia de Covid-19 mostrou o quanto somos essenciais para a manutenção de uma sociedade saudável. Então, mais do que nunca, estamos prontos para exercer nossa função. Temos ainda um caminho longo pela frente para mostrar que os benefícios da prática regular da atividade física vão muito além da estética, mas abrangem uma vida longa e saudável”,

acrescenta o presidente do CREF8.

Conquistas

Mesmo conhecida sua relevância social, os profissionais de educação física ainda estão atuando para terem mais garantias na Justiça.

“Recentemente, garantimos no Congresso Nacional a regulamentação da profissão, com a sanção do Projeto de Lei 2486/2021. Sem essa conquista, qualquer pessoa poderia exercer a profissão, sem controle de qualidade ou fiscalização de formação, o que representaria um risco muito grande para quem pratica atividade física, seja em ambiente escolar ou estabelecimentos comerciais. Além disso, também fomos reconhecidos como profissionais da saúde, o que evidencia ainda mais nosso papel essencial na construção de uma sociedade ativa”,

conclui Johnson Furtado.

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