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Com a Palavra

Ricardo Nicolau se compromete em fortalecer a saúde no interior do AM

Durante a entrevista, Ricardo Nicolau expôs suas principais propostas para o estado

Foto: Arquivo Em Tempo

Nesta edição de “Com a Palavra”, a equipe do Em Tempo conversou com o candidato ao Governo do Amazonas Ricardo Nicolau (Solidariedade). Durante a entrevista, Ricardo Nicolau expôs suas principais propostas para o estado, como a descentralização de recursos para o desenvolvimento no interior, assim como melhorar o sistema de saúde nos municípios. Também se compromete em fortalecer a Zona Franca de Manaus.

Candidato qual a sua motivação para vir concorrer ao cargo de Governador do Amazonas sabendo da dimensão do Estado e de seus inúmeros desafios?

Olha, minha maior motivação é porque o Amazonas está sendo governado ao longo de quarenta anos pelas mesmas pessoas, pela mesma forma de governar, pelo mesmo jeito de governar e não tem trazido os resultados esperados para população. Prova é que o Amazonas que é um estado rico por natureza, que tem grandes potencialidades, é o segundo estado mais pobre, perdendo apenas do Maranhão.

É um estado que tem mais de 200 mil pessoas nas filas do SisReg, então diante dessa situação e das oportunidades que a população já deu para esses mesmos candidatos que querem voltar ao poder, o que me motiva é o grande desafio de mudar de verdade o Amazonas, e mudar para melhor, e mudar quando eu falo não é pessoas, é mudar a metodologia, a forma de governar, jeito de fazer para poder fazer o nosso estado ser transformado em um estado mais justo, mais humano e mais próspero.

Candidato durante sua campanha, quais são as suas impressões sobre as situações dos municípios e quais serão seus principais desafios caso seja eleito?

Os municípios do Amazonas abrigam quase metade da população e, infelizmente, há uma ausência absoluta de investimentos no interior. Para você ter uma ideia, o setor primário representa pouco mais de 4%, quase 5% do nosso PIB. Não há oportunidades no interior do estado. Que que nós queremos fazer no interior? Primeiro descentralizar recursos. Tem um recurso do FPI que é um Fundo de Interiorização e Desenvolvimento que deverá arrecadar agora um R$ 1,6 bilhão.

Esses recursos eram para estar nos municípios, e eles são desviados para tudo que possa imaginar, menos para o interior. Então, é nosso compromisso colocar esses recursos para investimento no interior, investir no setor primário. Precisamos levar a saúde para o interior, porque a maioria dos procedimentos o paciente tem que vir a Manaus para fazer os seus procedimentos, então nós precisamos levar a saúde para o interior. Não dá para quase metade da população morar no interior e ter uma ausência absoluta de investimentos.

Candidato, recentemente foi divulgado um vídeo em aplicativos de mensagens com fortes acusações contra o senhor e contra a sua família. Nós gostaríamos de deixar espaço em aberto para que o senhor esclarecesse essas acusações.

Olha, infelizmente a velha política e a política mais rasteira, mais suja fazem esse tipo de vídeos. Falaram de um homem honrado que é o meu pai, o doutor Luiz Fernando Nicolau. Um homem que dedicou toda a sua vida, desde 1974, que ele fundou o primeiro hospital aqui, que foi o Hospital dos Acidentados. Um homem que construiu a sua vida através da honestidade e do trabalho.

Então, o mais grave é que ele não está aqui para se defender. Estão tentando manchar a memória do doutor Luiz Fernando Nicolau. Mas, isso faz parte dessa política rasteira, dessa política de canalhas, de bandidos que querem permanecer no governo. Nós vamos combater e nós vamos defender o legado do meu pai, como nós vamos defender o legado da nossa família, que ao longo de mais de 40 anos de trabalho gera mais de 1,5 mil de empregos direto, gera impostos, e gera desenvolvimento. Então, nós vamos rebater e mais, estamos indo para a Polícia Federal, estamos indo para a polícia de crimes cibernéticos e vamos fazer com que esses que aí acham que estão no anonimato sejam punidos com o rigor da lei.

Candidato, agora falando sobre a situação da saúde como você bem citou. Durante a pandemia da covid-19, o senhor se destacou e teve forte atuação por sua família ser a dona da maior rede de hospitais privados do estado, que ficou responsável pela administração do hospital de campanha que surgiu de uma parceria público-privada com a prefeitura. Nós estamos saindo agora da pandemia com muitos prejuízos e perda de vidas. Como o senhor acha que poderá contribuir com o setor da saúde caso seja eleito.

Olha Fernanda, a SAMEL é um grupo 100% privado, que não tem um convênio com qualquer órgão público. Ela fez com que pudesse contribuir, pudesse ajudar as pessoas no momento mais difícil. A Samel é um hospital particular, então quem tinha dinheiro, quem tinha plano de saúde ia ser atendido na rede privada. Mesmo sendo um hospital particular, nós internamos 347 pacientes de forma gratuita dentro do hospital. Fomos para o hospital de campanha em que pegamos uma escola municipal e transformamos em tempo recorde em um hospital de campanha. Ali foram salvas centenas de vidas que através dos grandes profissionais que ali se dedicaram, conseguiu devolver as suas casas os pacientes curados.

O hospital de campanha cumpriu com grande papel na primeira onda principalmente. Infelizmente, esse hospital foi fechado pelo ex-prefeito. Um hospital que tinha 180 leitos, tomografia, raio X, laboratório, pronto para todos os outros desafios, mas infelizmente foi fechado. A condução da pandemia por parte do governo do estado foi um grande desastre. Eu tenho 32 anos de experiência dentro do hospital e se Deus me der a oportunidade de ser governador e a população me der a oportunidade de ser governador, eu tenho a obrigação de fazer com que a saúde pública deixe de ser uma vergonha internacional e passe a ser um exemplo de atendimento público para as pessoas.

Agora falando sobre a questão da tecnologia. Muitos municípios do interior sofrem com pouco acesso à internet. Como levar essa tecnologia para o interior, onde a internet já é muito precária e pode até ficar longe da 5G?

Hoje nós temos outras tecnologias de internet que conseguem levar a internet banda larga até mesmo para lugares remotos, que é via satélite. Tem um grande empresário americano, que é dono da Tesla e é dono da Starlink, que já se disponibilizou em colocar internet no interior do Amazonas. Então, nós precisamos fazer com que a tecnologia e a internet cheguem nos municípios, porque a tecnologia e a internet diminuem distâncias e elas podem salvar vidas. Elas podem fazer telemedicina, elas podem fazer um paciente que infartar, fazer um elétron e rapidamente ser analisado por um cardiologista e orientar o médico como proceder. Então, a gente precisa fazer com que isso chegue até população do interior do estado. Então tecnologia a gente pode implantar e fazer funcionar saúde, pode fazer funcionar e melhorar e trazer mais conhecimento na educação, não só pelo o ensino à distância, mas também acesso a livros e acesso aos programas didáticos de forma online. Nós podemos trazer para segurança pública tecnologia com câmeras de reconhecimento facial, com um sistema dentro das viaturas para também fazer monitoramento. Então, a gente precisa colocar o Amazonas no século XXI.

Candidato, você citou agora a questão da segurança pública, que é um dos setores que mais sofre prejuízos por conta do crime organizado e do tráfico de drogas. Eu gostaria que o senhor citasse um pouco mais sobre os seus projetos em prol da melhoria dessa área para o estado do Amazonas.

Olha Fernanda, a segurança pública é sem dúvida um grave problema no Amazonas. Tráfico de drogas é infelizmente um grave problema, porque nós estamos diante do Peru e da Colômbia que são os maiores produtores de drogas do mundo. Então, nós fazemos fronteira com esses esses dois países que são os maiores produtores. Nós precisamos buscar a participação do Governo Federal para resguardar as nossas fronteiras. Não dá para ficar da forma que está.

Existe até aquelas FARCs entrando para o território brasileiro para levar nosso ouro. Então, nós precisamos resguardar as nossas fronteiras. Existe uma coisa muito grave no interior do estado que se chama os Piratas dos Rios. Infelizmente, essa é uma realidade. Você tem aí balsas de combustível que vem sendo saqueadas ao longo do trajeto, e isso faz com que o transporte seja mais caro e isso faz com que se incorpore esses valores nos produtos, não só o combustível como outros produtos.

Paralelo a isso, precisamos aumentar o contingente. Não dá pra ter um município com dois, três, ou quatro policiais de serviço. Então, nós precisamos aumentar, precisamos colocar tecnologia. Se faz segurança pública no Amazonas como se fazia há 30, ou 40 anos atrás. Com zero de tecnologia, com contingente de policiais pequeno. Acho que o Amazonas tem muitos desafios e a segurança pública é sim sem dúvida um grande desafio que precisa ser enfrentado com coragem, com determinação, não pode ter acordo com bandido e não pode deixar de ter dentro do estado uma polícia que possa ser respeitada e valorizada.

Com a sua experiência na vida pública, como a corrupção deve ser combatida pela administração pública?

Olha, um dos maiores problemas do Amazonas chama-se corrupção. A corrupção está entrelaçada em todo o serviço público, e isso vem de muitos anos. Então, nós precisamos combater a corrupção, nós precisamos combater o desperdício. Uma gestão competente, que pode diminuir o custeio para ter dinheiro, para o investimento, e ter dinheiro para aquilo que é importante para a sociedade. A gente precisa ver quais são as prioridades da população e poder enfrentar, e a população começar a ver as mudanças e começar a ver as coisas funcionarem de uma forma diferente desde o primeiro dia de governo.

Não adianta o governo se eleger e quer acordar no último dia, ou quer acordar só às vésperas de eleição. População tem que sentir já desde os primeiros dias de governo uma mudança efetiva e uma mudança de verdade.

Candidato em relação a educação, o Amazonas tem ficado na berlinda dos índices do Ministério da Educação. Como o senhor, como governador, pode melhorar esses números?

Olha Fernanda, eu tenho ao meu lado como candidata a vice-governadora, a professora Cristiane Baliero. Uma professora da rede estadual, uma mulher que conhece a realidade da educação por dentro, e conhece também a realidade do interior, porque nasceu lá no Alto Solimões em Benjamin Constant. Então, eu tenho certeza que a professora Cristiane Baliero haverá de nos ajudar a transformar a educação de verdade fazer com que os recursos cheguem na ponta. Como eu falei, nós precisamos trazer educação para o século XXI.

Então, precisamos fazer novo programa pedagógico, fazer uma integração com os municípios e, acima de tudo, fazer a valorização dos profissionais, respeitar as leis. A data base precisa ser respeitada. Nós queremos fazer com que esses abonos que são dados esporadicamente no meio do ano possam ser incorporados no salário. É aumento real no salário até porque esse cidadão e essa cidadã vai levar isso para a sua aposentadoria. Então, não tenho dúvida que o grande caminho para o nosso desenvolvimento é a educação.

Candidato, sobre a saga em prol do asfaltamento da BR-319. Como o senhor acha que o futuro governo deve lidar com as possibilidades de uma futura ligação do estado com o restante do país por via rodoviária? Na sua visão a BR-319 ainda é algo viável ou iria sugerir um novo modal?

Não, ela é totalmente viável. A BR-319 tem que sair do papel. Na década de 70 ela já foi asfaltada, então ela já é uma rodovia que já foi aberta, então os impactos ambientais serão muito pequenos diante disso. Nós precisamos fazer com que o Amazonas diminua esse isolamento do restante do país. Então, as rodovias, sem dúvida nenhuma, fazem parte da nossa logística e vai diminuir distância. Então, a BR-319 ela é, sem dúvida nenhuma, importante e o Governo do Estado tem que participar, tem que cobrar do Presidente da República, seja ele quem for. O Amazonas não pode mais ser um estado isolado do restante do país, e a BR-319 é uma necessidade urgente. Eu no Governo do Estado vou cobrar e vou disponibilizar força do estado para fazer a BR-319.

A vendedora Drica Lima pergunta: Ricardo Nicolau o que você pode fazer para defender a Zona Franca de Manaus?

Olha Drica, obrigado pela pergunta. Acho que a Zona Franca de Manaus é sem dúvida nenhuma o pilar central da nossa economia. Infelizmente, ela vem sendo atacada constantemente. Nós precisamos ter um governador forte, um governador que tenha moral, um governador que não tenha nenhuma amarra para poder defender a Zona Franca. Agora há pouco tempo atrás, fizeram um decreto de IPI que prejudicou a Zona Franca. O governador se acovardou, não entrou com ação, precisou um partido político que é o meu partido, o Solidariedade, entrar com ação direta de inconstitucionalidade e poder garantir os empregos.

Eu me comprometo, com a população inteira, uma Zona Franca forte, respeitada, defendida em todas as instâncias e acima de tudo fortalecida. Nós precisamos criar novos polos dentro da Zona Franca. Nós podemos fazer polos de indústria alimentícia que tudo que nós comemos vem de fora. Polos de bem de consumo, cosméticos e remédios. Nós precisamos diversificar a nossa Zona Franca de Manaus para poder gerar mais desenvolvimento, gerar mais emprego no Amazonas.

A cidadã Arlene de Souza pergunta: candidato Ricardo Nicolau, como você pretende gerar emprego no Amazonas?

Arlene, também é uma pergunta muito importante. O Amazonas passa por seríssimos problemas de saúde de segurança, de infraestrutura, mas um grave problema é a geração de emprego e oportunidade para nossa gente. Falamos agora a pouco da Zona Franca de Manaus que precisa ser fortalecida e ampliada. Só que nós não podemos ficar com uma única matriz econômica. Nós precisamos diversificar a nossa economia. No interior do estado investir pesadamente no setor primário para sair dos 5% do PIB e ser 10% ou 15%, podendo gerar emprego e renda no interior do estado.

Nós precisamos fazer com que essas potencialidades que Deus nos deu possam ser importantes para o turismo. O turismo pode ser um polo importante de desenvolvimento e de geração de emprego de forma imediata. Nós temos o potássio aqui, que é uma briga desde 2009. O Amazonas pode ter um polo de fertilizante. O Amazonas tem petróleo e tem gás. Pode ter também um polo petroquímico. Nós não podemos mais admitir ter um estado rico, um estado que é rico por natureza e infelizmente está com uma população empobrecida, sendo o segundo estado mais pobre. Há uma contradição nisso e nós precisa fazer com que o Amazonas tenha mais oportunidades para sua população.

Quais são suas considerações finais?

Olha eu quero agradecer o Em Tempo, quero dizer do nosso compromisso, o compromisso meu e da professora Cristiane Balieiro de mudar o Amazonas de verdade. Eles que querem voltar no poder ou querem se manter no poder, já tiveram a oportunidade deles. Nós queremos pedir a oportunidade, a oportunidade para mudar o Amazonas e poder trazer para o nosso estado mais justiça social, trazer um estado próspero que possa cuidar das pessoas e que possa trazer um futuro melhor. Para isso, eu te peço o seu voto no 77.

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