Manaus (AM) – O processo de desenvolvimento econômico do Amazonas passa principalmente pela complexidade logística. A região é afetada por condições naturais durante todo o ano, como a época das cheias dos rios e a seca, que costumam afetar o transporte logístico. Mesmo com essa particularidade, as empresas no Estado vêm avançando, até superando médias nacionais.
Os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que a indústria do Amazonas terminou 2021 com crescimento de 6,4%, sendo que no Brasil o número foi de 3,9% de avanço.
O desenvolvimento econômico do Amazonas passa principalmente por investimentos na área de infraestrutura, além de qualificação de empresários dos ramos de média e grandes empresas. Essa é a avaliação do diretor comercial e sócio do Itaú BBA, Fábio Villa.
“Quando você ver o ‘Brasilzão’ como um todo, lógico você enxerga níveis de desenvolvimento diferentes, especialmente na questão logística, mas quando olha todos os estados do Norte, o Amazonas é super representativo no PIB (Produto Interno Bruto). Com relação à vocação, no estado do Amazonas você tem uma indústria de transformação muito forte. A indústria extrativista é extremamente relevante, tem a pecuária, a produção florestal profissional, então são indústrias em transformação”, avalia.
Ao Em Tempo, Fábio Villa comenta como o Itaú Unibanco, o maior banco privado do Brasil e maior conglomerado financeiro do hemisfério sul, está hoje investindo mais no desenvolvimento do Amazonas, por meio ações com a iniciativa privada.
“O Amazonas conta com uma série de pautas que estão em desenvolvimento, lógico que se comparado um município com outro, naturalmente você vai observar aqui regiões um pouco mais desenvolvidas. Mas, quando olha todo estado, enxerga uma população representativa, sendo o Amazonas responsável hoje por um quarto do PIB entre os estados do Norte. Há um caminhão de oportunidades e é isso que a gente vê”,
explica o diretor comercial.
Ações no Amazonas
Na capital amazonense, o órgão privado investe em ações comerciais, por meio do Itaú BBA, o banco de atacado de investimentos do Itaú Unibanco. Nessa área, todas as corporações de médio e grande porte são atendidas.
“Temos toda uma governança, uma diretoria 100% dedicada para isso. A gente faz desde o produto mais simples, toda a parte de banking [transações via internet]. Toda a parte de conta-corrente, pagar, receber, empréstimos do dia a dia, transação estratégica, seja o empréstimo corporativo ou um financiamento de projeto. Além disso, realizamos o financiamento de expansão, assessoramos fusões e aquisições entre as empresas”, esclarece Villa.
Com abrangência nacional, o Itaú BBA tem filiais em todos os estados e está atuando na questão da regionalização.
“Os escritórios regionais são próprios porque a gente tem alguns players [instituições com influência no mercado financeiro] que trabalham conosco, uma espécie de franquia e subcontrata o agente local, ou seja, a gente tem os times locais”,
argumenta.
Com essas ações regionais, a iniciativa privada busca contribuir com os negócios da região para que essas empresas cresçam e invistam cada vez mais no desenvolvimento econômico e logístico do Amazonas.
“Creio que podemos contribuir com todo esse desenvolvimento. Nosso principal modelo de negócios na região é na área logística, que também é o principal modelo de oportunidades que a gente tem no Estado. Porque se você desenvolve a logística de uma maneira sustentável, alavanca os demais setores e contribui com o desenvolvimento de todos os outros negócios presentes na região”,
pontua Fábio.
Momento de oportunidades
Os desafios de infraestrutura do Amazonas são apontados como os principais obstáculos para o desenvolvimento. Mas, Villa explica que enxerga que o estado está avançando e esse é um momento de oportunidades.
“Quando você olha, por exemplo, a questão do desenvolvimento no Amazonas na área de saneamento básico ou saúde, também observa a população de maneira geral, você entende que a região está passando por etapas de avanços. Por isso, é o melhor momento para nós do banco nos posicionarmos no estado, deixo claro que nossa proposta de valor é ajudar. Buscaremos contribuir para um nível de crescimento muito maior, favorecer esse período de oportunidade de desenvolvimento”,
afirma.
As ações da iniciativa privada devem ser mais recorrentes e mais presentes para o crescimento dos negócios no Amazonas.
“Não estamos no Amazonas de passagem, viemos para ficar. Podemos agregar toda experiência que a gente teve em outros estados como o crescimento de São Paulo, por exemplo, onde tivemos protagonismo nos leilões, assessorando todas as concessões de rodovias, portos e aeroportos. Enfim, contribuímos com toda essa agenda de infraestrutura, onde foi necessário assessorar o setor privado para a realização de investimentos no setor público. Na capital paulista estamos fazendo esse trabalho há décadas e agora enxergamos que chegou a hora de fazer o mesmo em outros estados”,
disse o diretor comercial do Itaú BBA.
“Estamos levando para o Amazonas uma agenda mais desenvolvimentista e queremos agregar com todo nosso conhecimento adquiridos após anos de trabalho e ainda nossa experiência para o crescimento do Amazonas”, acrescenta.
Empresários
Fábio comenta que o objetivo principal do Itaú BBA é ser um parceiro de negócio dos clientes para ajudá-los no seu desenvolvimento, conectando-os com o futuro.
“O nosso objetivo não é tão somente fazer um negócio financeiro com as empresas. Não vou só abrir a conta, fazer um empréstimo, fazer o banking tradicional, queremos ser um agente de desenvolvimento para essas médias e grandes empresas em todas as geografias aqui do Brasil”,
pontua.
A instituição financeira já está presente no Amazonas há anos. Porém, Villa explica que as ações serão mais próximas, com eventos, reuniões e trocas de experiências.
“Já estamos presentes nos estado do Norte, especialmente no Amazonas há muitos anos, mas de uma maneira talvez mais de empresa para empresa. A nossa proposta atual é ser mais que um parceiro financeiro, mas, sim, uma instituição que auxilia no desenvolvimento de empresas. Nossa equipe tem uma riqueza de conteúdos e pensamos em como passar essas informações e ajudar o cliente a vender mais, nossa proposta é essa de ter além de uma relação financeira, mas auxiliar no crescimento e expansão de negócios”, afirmou.
Qualificação
Com o objetivo de se aproximar dos empresários do Amazonas, o banco realiza ações pontuais com palestras e qualificação.
“Estamos fazendo vários eventos regionais com o propósito de levar um conteúdo adicional aos empresários do Amazonas, que já são ou podem vir a ser nossos clientes. Temos por vocação levar uma das pessoas da diretoria responsável pelo tema socioambiental no banco, inclusive responsável e proprietário, levamos também um tema que é transversal a todos os setores, a tecnologia aplicada”, disse.
“Todo mundo fala de tecnologia, digitalização e principalmente agora essa tema está sendo discutido por conta do 5G. No entanto, trazemos um conteúdo de tecnologia aplicada a todos os modelos de negócio. Considerando como é que o banco pode ser essa alavanca para o crescimento, no contexto de digitalização das empresas, numa lógica em que as empresas ficam mais eficientes”,
acrescenta o profissional.
Cooperação
O banco também atua como um hub (concentrador) de originação de negócio entre os clientes. Em todo o território nacional, a instituição tem 20 mil clientes corporativos, que são médias e grandes empresas.
“O que queremos fazer é ser um mecanismo para a originação de negócios. Podemos dizer, por exemplo, que você tem uma indústria aqui no Amazonas e começa a desenvolver um canal de venda diferente, enfim, por hipótese, sendo um varejo físico que quer criar um canal digital. Nesse caso, eu posso te apresentar várias empresas de tecnologia que fazem isso e são clientes do banco e posso apresentar alguns ‘plays’ para acelerar esse processo de digitalização. Então teria uma recomendação do banco para isso e posso prover soluções financeiras para viabilizar o negócio entre eles. É isso que fazemos muito, atuamos nesse desenvolvimento de novos negócios.”
Tecnologia
O Amazonas está passando por transformações na área tecnológica, além dos investimentos públicos para a abertura de novas startups, que são empresas inovadoras com custos de manutenção baixos, mas com potencial de crescimento rápido, a capital também implantará a tecnologia 5G.
Já o banco oferece mecanismos para o desenvolvimento de novos negócios na área tecnológica. Uma comunidade internacional, o Cubo Itaú realiza, desde 2015, a curadoria de startups em fase de tração e com alto potencial de escalabilidade para impulsionar os negócios e a economia.
“Na área da tecnologia já temos uma das maiores das empresas do mundo em São Paulo, o Cubo. O Cubo é uma iniciativa do Itaú junto com a Redpoint. A gente faz investimentos num adensamento físico, mas agora digital também. Atuamos para criar um ambiente favorável para o desenvolvimento das startups de todas as empresas de tecnologia”,
comenta Fábio.
A empresa reúne na mesma rede de conexão empreendedores experientes, corporações em constante inovação, investidores do mercado e talentos de diversos segmentos para atender a alta demanda por conhecimento tecnológico.
“O papel do banco com o Cubo é apoiar, criar um ambiente, fazer a curadoria e transformar uma ideia inovadora numa empresa. É uma incubadora de boas ideias para transformar essas boas ideias em empresas sustentáveis. Dito isso, essa vocação que a gente tem.”
Futuro
Fábio Villa conta que a presença do Itaú Unibanco no Amazonas será mais alta e as expectativas com a contribuição para desenvolvimento do estado é grande.
“Talvez [o Amazonas] esteja um pouco atrás dos outros estados, mas é aí que você tem a maior oportunidade. Porque você coloca tudo que você tem de experiência aqui, tudo que você já viveu nos outros locais em favor da região. Estamos atuando formando brasileiros de todas as regiões e qualquer ‘gringo’ que queira vir para cá fazer negócio. A gente está aqui para poder ajudar a explicar o Brasil, com as suas particularidades, mas qualquer geografia do mundo também tem as suas. Temos uma visão aqui superpositiva, especialmente pros estados do Norte”,
explica.
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