Desde a fatalidade envolvendo a implosão da expedição da OceanGate aos destroços do Titanic, o mundo nunca esteve tão interessado em discussões envolvendo veículos submersíveis, como apontam os dados de pesquisa do Google.
Recentemente, no contexto da guerra da Ucrânia, o chefe de Inteligência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) fez um alerta sobre a possibilidade de a Rússia utilizar submersíveis para sabotar cabos submarinos que conectam países em rede de internet –o que seria uma retaliação às nações que apoiam os ucranianos.
David Cattler, secretário-geral para inteligência e segurança da aliança militar, disse que existe um risco “persistente e significativo” de ataques da Rússia contra esse tipo de infraestrutura.
“Existem preocupações crescentes de que a Rússia possa atacar cabos submarinos e outras infraestruturas críticas em um esforço para perturbar a vida ocidental, para ganhar vantagem contra as nações que estão fornecendo segurança à Ucrânia”, declarou.
“Os russos estão mais ativos neste domínio do que vimos em anos. No total, [os cabos submarinos] carregam cerca de 10 trilhões de dólares americanos em transações financeiras todos os dias, então eles são realmente um pivô econômico”, acrescentou.
Os cabos submarinos são a força invisível que sustentam a internet moderna como a conhecemos –sendo muitas vezes, nos últimos anos, financiados por big techs como Meta, Google, Microsoft e Amazon. Em um mundo de conexão sem fio e smartphones, esses cabos carregam quase todas nossas comunicações, mesmo que mal tenhamos consciência de que eles existam.
“Geralmente temos uma percepção da internet como algo invisível, que viaja pelo ar, mas todo esse fluxo de internet, de dados, viaja pelo planeta em 98% das vezes via cabos submarinos. Esses cabos submarinos são o esqueleto físico, a infraestrutura principal que a internet reside para que essas informações sejam trafegadas”, explica Victor Veloso, mestre em Relações Internacionais pela USP.
*Com informações da CNN
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