Os advogados de Jair Bolsonaro (PL) solicitam que o Supremo Tribunal Federal (STF) indefira pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que redes sociais forneçam dados de identificação de todos os seguidores do ex-presidente da República. A defesa enviou as ponderações ao ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do Inquérito nº 4.921, que investiga incitadores dos atos golpistas de 8 de janeiro.
A equipe de defesa composta pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e o ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro Fábio Wajngarten argumenta que a solicitação da PGR tem o intuito de “promover medidas aptas à intimidação político-ideológica de milhares de cidadãos brasileiros”.
A iniciativa faz referência ao pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que as empresas de redes sociais em que Jair Bolsonaro tem conta, como Instagram, TikTok, Facebook, YouTube, Twitter e LinkedIn, enviem um arquivo com a lista completa e os dados de identificação de todos os seguidores.
O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, responsável na PGR pelo inquérito do 8 de Janeiro, pediu que Alexandre de Moraes reitere a cobrança à empresa Meta para que seja enviada uma cópia do vídeo e para que as plataformas informem a quantidade de visualizações, curtidas, compartilhamentos, repostagens, comentários e demais métricas aferíveis.
A PGR também requer que sejam enviadas todas as postagens de Bolsonaro referentes a eleições, urnas eletrônicas, TSE, STF e Forças Armadas.
O subprocurador reforçou ser contrário a dois pedidos que haviam sido feitos por procuradores do MPF, em uma petição apresentada no inquérito, para que fossem ouvidos especialistas em comunicação política de movimentos extremistas e no monitoramento de grupos de apoiadores de Bolsonaro.
Na avaliação de Carlos Fernando Santos, há “extrema dificuldade” em identificar um especialista em monitoramento de grupos de apoiadores de Bolsonaro que execute “um trabalho isento, sem qualquer viés ideológico ou partidário”.
Avaliação de conteúdo
Como antecipou a coluna do Paulo Cappelli, no Metrópoles, um dia após a manifestação, Carlos Frederico explicou: “Impõe-se dimensionar o impacto das publicações e o respectivo alcance. Jamais iria investigar milhões de pessoas, seria até impossível fazer isso”.
Carlos Frederico lembrou ainda que, além dos admiradores ou aficcionados do ex-presidente, há pessoas que o seguem por curiosidade, informação, motivação profissional, acadêmica ou interesses diversos. “Só há um investigado neste caso: o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”, concluiu.
*Com informações do Metrópoles
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