Parintins (AM) – O município de Parintins, no interior do Amazonas, virou palco de preocupação de autoridades após um estudo revelar que 22, dos 28 poços, que abastecem a cidade, estão contaminados. O levantamento foi feito pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama).
A ilha Tupinambarana é responsável pelo tratamento de água por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto-Parintins (Saee), não recebendo suporte da rede estadual.
Entre os poluentes identificados, amônia, manganês, ferro, nitrato, alumínio, coliformes totais e fecais, contaminaram o aquífero do município, comprometendo a saúde dos cidadãos parintinenses. Quando absorvidos pelo corpo, o material infectado pode causar consequências graves em vários órgãos com efeitos neurotóxicos, guardando correlação com doenças graves.
Segundo os órgãos, a visita técnica aconteceu nos dias 28 de agosto a 03 de setembro deste ano, em poços tubulares pertencentes ao município, e em 3 comunidades.
Ainda de acordo com o material divulgado, o levantamento recomendou a desativação gradual de 12 poços contaminados, tamponamento dos mesmos, e a substituição da fonte subterrânea de abastecimento público de água por captação superficial no rio Amazonas acoplada a uma Estação de Tratamento de Águas (ETA).
Assistência estadual
Em visita ao município de Parintins no último final de semana, o governador Wilson Lima anunciou que o Governo do Amazonas está à disposição da Prefeitura de Parintins para ajudar na melhoria do serviço de tratamento e abastecimento de água da cidade, atualmente oferecido pelo município.
Segundo o governador, para que o estado ajude Parintins, é necessário que a prefeitura autorize a nova administração. Caso seja aprovado, a atuação será responsabilidade da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb) e Cosama.
“Temos algumas iniciativas através da Cosama, e através do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Falei aqui para o prefeito da disposição do Estado do Amazonas em ajudar nessa questão da água. Se for o caso, o Estado do Amazonas assume o abastecimento. É complicado os municípios gerirem isso sozinhos, não porque não tenham competência, mas porque as finanças (municipais) não permitem que isso aconteça”, ressaltou Wilson Lima.
SAAE Parintins
Respondendo aos questionamentos da imprensa, a SAAE publicou uma nota de esclarecimento a respeito do estudo liberado pela FVS-RCP e Cosama.
Segundo a instituição, desde 2005, a empresa responsável pelo abastecimento de Parintins vem seguindo gradualmente a recomendação do Serviço Geológico do Brasil – SGB-CPRM, entre elas a desativação dos poços mais rasos e a perfuração de novos. Periodicamente é feita a desinfecção dos poços e rede de abastecimento de água.
Conforme a nota, alguns índices apresentados no relatório da Cosama, empresa a qual não compete fiscalizar e nem regulamentar o sistema de abastecimento de água em Parintins, diferem das análises feitas pela Vigilância da Água do SAAE.
Entre as medidas tomadas pelo SAAE, a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais) será contratada para novas análises e indicação geológica de novos poços. A partir dos resultados, o SAAE executará medidas necessárias e cabíveis.
Finalizando a nota, o serviço reiterou o compromisso de servir água de qualidade à população de Parintins e, ao mesmo tempo, agradeceu ao Governo do Estado do Amazonas pela disposição em querer colaborar com o feito.
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