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Alternativas

Páscoa sem chocolate? Grupos procuram opções ao chocolate tradicional

Alguns grupos possuem certas restrições no consumo chocolate tradicional, seja por questões de saúde, por estilo de vida, ou até por preferência a opções mais saudáveis

Foto: Divulgação

Manaus (AM) – Na Páscoa, muitas pessoas aproveitam para se deliciar com a diversidade de opções de doces, em especial, os ovos de chocolate. Porém, alguns grupos possuem certas restrições no consumo chocolate tradicional, seja por questões de saúde, por estilo de vida, ou até por preferir opções mais saudáveis. Assim, alguns buscam outras alternativas, de acordo com suas condições e preferências.

Ao mesmo tempo, aqueles que não possuem nenhuma restrição em relação ao chocolate também não podem exagerar, conforme explica especialista.

Esta Páscoa, comemorada neste domingo (13), vai ser a primeira em que o radialista Alexis Uchôa, de 60 anos, não vai comer um ovo de chocolate durante a data comemorativa. Isso porque, ao longo dos últimos 20 anos, o radialista não seguiu os cuidados necessários para a diabetes, e continuou consumindo chocolates e doces.

Porém, em 2021, Alexis precisou passar por uma cirurgia que resultou na amputação de uma das pernas, em razão das complicações da diabetes. Assim, há um ano, começou a seguir uma reeducação alimentar, a qual exclui o açúcar da dieta.

Conforme o radialista, o ovo da Páscoa vai ser substituído por frutas, neste domingo. Ele ainda afirma que irá consumir com moderação, pois até as frutas carregam uma quantidade significativa de açúcar.

“O ideal seria comprar ovos zero de açúcar, mas acredito que são poucas as empresas que fazem esse tipo de investimento em ovos da Páscoa zero açúcar. Minha ideia será substituir os ovos de Páscoa por frutas”,

conta.

Chocolates veganos

Já a estudante de relações públicas, Maria Chixaro, de 26 anos, vai comprar ovos de Páscoa veganos. A estudante é vegana desde 2018, com o objetivo de seguir uma vida mais sustentável e saudável. Desde então, começou a buscar alimentos que não contenham ingredientes de origem animal.

Na Páscoa, Maria consegue comprar ovos de chocolate sem lactose em alguns restaurantes em Manaus. Porém, a quantidade de locais que oferecem essa opção é escassa.

“Normalmente, eu busco nos restaurantes e estabelecimentos veganos já conhecidos aqui em Manaus, que já costumam fazer um menu especial para a Páscoa. Porém, no cotidiano, eu confesso que é um pouco difícil achar chocolates veganos com facilidade. Você só encontra nos estabelecimentos veganos e só alguns tipos em supermercados comuns”,

afirma.

Assim como Maria, a profissional do marketing digital, Heloísa Lucena, de 23 anos, também procura por ovos da páscoa sem ingredientes de origem animal.

Defensora da vida animal, assim como da preservação ambiental, Heloísa se tornou vegana há mais de um ano, sendo a segunda Páscoa que busca por chocolates que contenham apenas cacau, manteiga de cacau e açúcar, assim como também faz em seu dia a dia.

“Atualmente, em Manaus, a produção de ovos veganos e/ou sem açúcar são feitos apenas sob encomenda e poucas empresas fazem à pronta-entrega”, detalhou Heloísa.

Restrições

Segundo a nutricionista Sálvia Belota, o principal vilão entre os tipos de chocolate para a saúde, se for consumido em excesso, é o chocolate ao leite, por possuir uma grande quantidade de açúcar e gordura. Assim, a médica recomenda o consumo moderado do alimento, para evitar problemas futuros como náuseas, refluxo, diarreia, dor no estômago e até dor de cabeça.

Por conter muito açúcar, o chocolate ao leite também deve ser evitado por crianças hiperativas, pois afeta os níveis de energia. Assim, uma boa opção de ovo de páscoa para dar para as crianças são os meio-amargos, com uma porcentagem a partir de 70% de cacau. 

De acordo com a nutricionista, esse tipo de chocolate vai ter menos açúcar e vai oferecer com mais intensidade os benefícios do cacau.

“As crianças também podem comer duas colheres de sopa de cacau ao dia. Agora no caso do chocolate, se for meio amargo e com 70% de cacau eles podem consumir. Ao leite não, ainda mais porque tem açúcar, que agita muito os hiperativos”,

explica.

Mesmo que o consumo não seja em grande quantidade, algumas pessoas podem sofrer consequências ainda piores ao comer o chocolate.

Uma delas, de acordo com a nutricionista Sálvia Belota, são as pessoas com sensibilidade gastrointestinal ou com a síndrome do intestino irritável, que são alérgicas ao leite. Outras que também precisam evitar o chocolate são aquelas com problemas de enxaqueca ou com crises constantes de dores de cabeça.

As pessoas com diabetes também precisam ter cuidado com o consumo de chocolate. Conforme a nutricionista, o chocolate mais indicado para esse grupo é aquele sem adição de açúcar, opção que já existe no mercado. Outras alternativas de chocolate são aquelas sem ingredientes de origem animal, indicadas para os veganos.

No caso das pessoas alérgicas ao glúten, como aquelas que possuem a doença celíaca, a nutricionista ressaltou a importância de observar os ingredientes que compõem o chocolate. “É sempre bom observar porque, às vezes, um produto é produzido com glúten por exemplo, então você sempre tem que ver se tem traços de glúten”, disse.

Alternativa saudável

Uma opção recomendada pela nutricionista é o consumo de chocolates que tenham uma porcentagem alta de concentração de cacau em sua composição. Conforme a médica, o cacau é um alimento que possui um grande poder de combate contra os radicais livres.

Além disso, seu consumo evita o aparecimento de doenças como as cardiovasculares, assim como também diminui os níveis de colesterol no sangue. Outros benefícios do cacau englobam também a prevenção de tromboses e o risco de coagulação sanguínea.

“Extremamente antioxidante, melhora o humor, regula os níveis de açúcar no sangue, e é anti-inflamatório. Quando eu falo que melhora o humor é porque ele é de triptofano, por sua vez, também é percussor de serotonina, melhorando assim com certeza o humor”, explica.

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