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Monitoramento

Fumaça em Manaus começará a se dissipar apenas na sexta-feira, aponta previsão do INPE

Aulas no interior do AM foram suspensas devido à fumaça; Ufam autorizou aulas remotas até sábado (31)

Foto: Reprodução

Pelo segundo dia consecutivo, Manaus amanheceu encoberta por uma densa camada de fumaça proveniente das queimadas que ocorrem no Amazonas. Nesta quarta-feira (28), a qualidade do ar é considerada “muito ruim” em muitos bairros, e a tendência é que essa situação seja prolongada por mais alguns dias, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Em entrevista ao Em Tempo, a pesquisadora do Inpe, Karla Longo, destacou que é esperado que a fumaça perca força nos próximos dias, mas isso não quer dizer que as queimadas deixarão de existir.

“A previsão é que a fumaça comece a se dissipar em Manaus no próximo dia 30, pelo que eu estou vendo. É importante destacar que a qualidade do ar irá melhorar, mas a floresta ainda continuará queimando, se não houver mobilização”, disse a especialista.

Foto: Previsão do Painel de Monitoramento do Inpe para o dia 30

A especialista enfatiza que as queimadas são um problema antigo do Brasil, e que grande parte delas é resultado das ações humanas.

“O Inpe faz o monitoramento das fumaças desde 1998, o padrão é o mesmo. Tivemos picos como em 2007, 2010, 2020. Não é algo natural, não é algo novo, é algo que se repete em todos os anos, e isso mata, mata aquelas pessoas que possuem problemas de saúde, crianças, idosos”, pontuou.

Foto: Inpe

Do dia 1º de agosto até esta quarta-feira (28), o Amazonas já registrou 8.228 focos de incêndio. O município que lidera esse ranking é Apuí, com 1.899 focos, seguido de Lábrea, que possui 1.523 focos. Em terceiro lugar, Novo Aripuanã, com 865, seguido de Manicoré, que possui 733 focos; e em quinto lugar, aparece Boca do Acre, com 543.

A tendência é que as queimadas continuem a prejudicar a população até outubro, se não houver ações e consciência da própria população, alertou Karla Longo.

“A previsão é que as queimadas continuem até outubro. Não é possível contar com as chuvas, o estado precisa de ações, a população precisa entender que as queimadas são ações humanas, grande parte das queimadas são criminosas, a população deveria pelo menos se revoltar. A população trata as queimadas como fenômeno natural”, salientou a profissional.

Aulas suspensas

Os transtornos por conta da fumaça que avança no estado já são perceptíveis em muitas áreas da sociedade. Em Lábrea e Boca do Acre, por exemplo, a Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar suspendeu as aulas nas escolas estaduais, nesta quarta-feira (28), devido à densa fumaça que afetou a região.

A Secretaria informou que as Coordenadorias Regionais de Educação dos dois municípios estão monitorando a situação em conjunto com as autoridades locais para avaliar a continuidade das aulas no período vespertino.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Lábrea e Boca do Acre estão entre as cidades amazonenses com o maior número de focos de queimadas nas últimas 24 horas. De terça para quarta-feira, Lábrea registrou 140 focos de incêndio, enquanto Boca do Acre teve 104.

Atividades remotas

Foto: Divulgação

A reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) autorizou, de forma excepcional, a realização remota das atividades acadêmicas e administrativas a partir desta quarta-feira (28) até o próximo sábado (31) devido às condições climáticas adversas que afetam a qualidade do ar.

A medida foi formalizada por meio de uma portaria assinada pelo reitor Sylvio Pulga.

Manaus tem enfrentado uma densa camada de fumaça desde o início da semana, prejudicando a qualidade do ar. De acordo com o monitoramento do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), a qualidade do ar é classificada como “péssima” e “muito ruim” em vários pontos da cidade.

Nesta quarta-feira, no bairro Coroado, onde está localizado o campus da Ufam, a qualidade do ar foi considerada “ruim”.

A população está experimentando os efeitos nocivos da fumaça, como dor de garganta, irritação nos olhos, problemas respiratórios e dores de cabeça. É recomendado se manter hidratado, evitar a exposição à fumaça em áreas abertas e, para pessoas mais sensíveis, o uso de máscaras que filtram partículas finas do ar.

A fumaça é oriunda dos focos de queimadas na região amazônica, intensificados pela estação seca. Especialistas alertam que, além dos danos ambientais, a fumaça pode causar problemas respiratórios, especialmente em pessoas com condições pré-existentes e em crianças.

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